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RS: primeira morte infantil por síndrome ligada à Covid-19 é notificada

Garoto de sete anos foi diagnosticado com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica e, também, com coronavírus

atualizado

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Um garoto de sete anos foi a primeira vítima da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) no Rio Grande do Sul. O caso ocorreu em 11 de janeiro, na Serra Feliz, na Serra, e foi registrado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). A criança havia sido diagnosticada com Covid-19 e a doença que o levou a óbito pode ser associada ao vírus.

Em um primeiro momento, o garoto deu entrada no hospital com suspeita de apendicite, no início de janeiro. Após a realização de uma bateria de exames, o resultado descartou a inflamação no apêndice e apresentou resposta positiva para a SIM-P e para Covid-19.

A criança apresentava sintomas como dor abdominal, inchaço, manchas pelo corpo, febre insistente, conjuntivite e alergias cutâneas. Ainda sob tratamento médico, o garoto não resistiu e morreu no hospital.

“Como uma síndrome multissistêmica, ela acomete vários órgãos e vários sistemas. Cerca de 80% dos casos têm como manifestação clínica importante as questões cardíacas. Mas isso vai depender de como o vírus está se espalhando pelo corpo”, explicou Letícia Garay, enfermeira do Núcleo de Doenças Respiratórias do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) ao GZH.

O menino ficou quase um mês internado e as últimas semanas de vida foram na Unidade de Terapia Intensiva do centro médico. O nome do hospital onde o garoto ficou internado não foi informado.

Síndrome inflamatória multissistêmica

A doença tem sintomas semelhantes ao da Síndrome de Kawasaki, que gera um processo inflamatório no organismo. O primeiro caso de SIM-P foi identificado em uma bebê de 6 meses, em abril de 2020, nos EUA.

Segundo estudos publicados pelo Hospital Infantil Bambino Gèsu, no Vaticano, e por especialistas do Instituto Karolinska, na Suécia, a SIM-P pode ser um dos fatores que intensifica a reação do corpo humano quando infectado pela Covid-19.

De acordo com os estudiosos, a síndrome inflamatória multissistêmica é como um gatilho para um processo infeccioso intenso.

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