Ministro da CGU diz que Covid-19 elevou gastos das férias de Bolsonaro
Descanso do presidente entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano custou aos cofres públicos R$ 2,4 milhões
atualizado
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O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou, nesta terça-feira (20/4), que a pandemia da Covid-19 e a segurança presidencial foram responsáveis por aumentar os gastos das férias do mandatário do país, Jair Bolsonaro (sem partido).
“Alguns gastos ficaram mais acima do que o normal, e há explicação clara para isso. O primeiro ponto é a Covid-19: todos os seguranças dividem quarto. Com a Covid, estão proibidos, e cada um está ficando em um quarto individualmente. Isso aumentou os gastos com hospedagem”, pontuou Rosário, em audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
“Temos uma característica específica do presidente Bolsonaro que é o nível de exposição a risco que o presidente tem. Cada presidente é levantado para um nível de risco, e não há dúvidas de que o presidente está em um nível mais alto de risco. Não tem ameaça de morte. Ele já teve efetivamente uma tentativa de assassinato, o que levanta um ponto específico de segurança maior, o que exige uma quantidade de segurança maior de outros presidentes”, acrescentou.
O ministro destacou que todos os gastos realizados com o cartão corporativo são “extremamente acompanhados” e que o Tribunal de Contas da União (TCU) realiza auditorias com frequência. “Inclusive, o processo dessa viagem está para fechamento de prestação de contas ainda no prazo. Todos os documentos estão lá comprovando os gastos”, frisou.

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante férias no litoral de Santa Cataria Reprodução/Facebook

Presidente Jair Bolsonaro faz selfie com apoiador, em São Francisco do Sul (SC) Reprodução/ Redes sociais

O presidente Jair Bolsonaro Fotos Hugo Barreto/Metrópoles

Jair Bolsonaro Reprodução
O titular do Planalto tirou férias de 18 de dezembro de 2020 a 5 de janeiro deste ano. O mandatário esteve no Guarujá, São Paulo, e em São Francisco do Sul, Santa Catarina. De acordo com levantamento do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), as férias do presidente custaram aos cofres públicos R$ 2,4 milhões.
Do total desembolsado, cerca de R$ 1,2 milhão foi gasto com o cartão corporativo do governo federal, R$ 1,05 milhão bancou combustível e manutenção de aeronaves, e um total de R$ 202 mil arcou com diárias da equipe de segurança presidencial.