metropoles.com

Em relatório, Renan cita até cloroquina “ofertada” por Bolsonaro a ema

Relator da CPI da Covid afirma que registros fotográficos comprovam ação do presidente na difusão do tratamento precoce

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
bolsonaro e cloroquina
1 de 1 bolsonaro e cloroquina - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), incluiu no relatório final da comissão o episódio em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) oferece uma caixa de cloroquina a uma ema residente dos arredores do Palácio da Alvorada.

Calheiros afirma que os registros fotográficos do mandatário do país exibindo caixas de fármacos durante a pandemia mostram que o chefe do Executivo “abraçou sem volta o tratamento precoce”. A prática consiste no uso de medicamentos sem comprovação de eficácia na fase inicial da doença.

“É bastante farta a quantidade de registros fotográficos e em vídeo em que o presidente da República propagandeia os supostos benefícios da cloroquina”, diz o relator. “O mais simbólico foi a oferta de cloroquina a uma ema nos jardins do Palácio do Alvorada”, resume.

O trecho é citado em tópico destinado a tratar do “papel do presidente da República” na difusão do tratamento ineficaz. O relatório detalha ainda o suposto envolvimento de entidades, profissionais de saúde, atores públicos e influenciadores digitais na defesa do uso dos remédios.

Um destes, segundo Calheiros, é o Conselho Federal de Medicina (CFM). O senador afirma que a entidade teve “ação deletéria nesse episódio danoso ao povo brasileiro”.

“Tem como símbolo maior utilização desse parecer no discurso do presidente da República na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 21 de setembro de 2021, em que expressamente fundamenta sua defesa do tratamento precoce na referida manifestação do Conselho Federal de Medicina, usando o repetido expediente de tentar se esconder sob termos como ‘autonomia do médico'”, defende.

Farmacêuticas

O relator da CPI também aponta o setor farmacêutico como principal beneficiado pela defesa pública de Bolsonaro aos medicamentos. Dados apontam crescimento nas vendas de hidroxicloroquina na ordem de 557,26% em 2020, comparado com as vendas de 2019.

O aumento também foi expressivo em outros remédios, como ivermectina (648% de crescimento nas vendas) e azitromicina (106%), segundo números da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).

 

Compartilhar notícia