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Após debandada na Economia, Bolsonaro fará anúncio com Maia e Alcolumbre

Na última terça-feira, dois secretários de Paulo Guedes anunciaram que estavam saindo do governo

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro durante evento
1 de 1 Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro durante evento - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro fará uma declaração à imprensa na área externa do Palácio da Alvorada nesta tarde ao  lado dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de ministros. Entre eles, Paulo Guedes, da Economia, que viu uma “debandada”, segundo ele mesmo, de secretários da sua pasta.

A fala de Bolsonaro foi anunciada pela Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom).

De acordo com a secretaria, também estarão presentes os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Além deles, o líder do Governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (Solidariedade-TO), o líder do PP, Arthur Lira (AL), e o recém-anunciado líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

Mesmo após ter confirmado ao Estadão que está deixando a liderança do governo, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) aparece entre os participantes que vão acompanhar a declaração de Bolsonaro ao lado do presidente.

Ao lado da cúpula do Congresso, Bolsonaro deve reforçar compromisso em respeitar o chamado teto de gastos, regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação e que está sob pressão dentro do próprio governo.

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A emenda constitucional do teto de gastos foi promulgada no governo do ex-presidente Michel Temer, vale por 20 anos e prevê que os gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) não podem crescer acima da inflação do ano anterior. Como o Estadão antecipou, o Congresso e setores do próprio governo tentam driblar as amarras impostas pelo mecanismo para ampliarem os gastos públicos, principalmente em obras.

Debandada 

O pilar liberal do governo Jair Bolsonaro sofreu um forte golpe nessa terça-feira (11/8) com os pedidos de demissão dos até então secretários de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Paulo Uebel. Em entrevista logo após a divulgação da notícia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que os ex-auxiliares estavam insatisfeitos com a paralisação nas reformas liberais prometidas quando eles aceitaram os cargos.

“Salim hoje me disse o seguinte: ‘privatização não está andando, eu prefiro sair’. E o Uebel me disse: ‘a Reforma Administrativa não está sendo enviada‘. Eu prefiro sair. Esse é o fato, a verdade, eu não escondo: hoje houve uma debandada”, disse Guedes na portaria de seu ministério, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem se reuniu.

“Hoje tivemos conversa a respeito [dos rumos da política econômica]. O fato do secretário Uebel pedir demissão mostra que é um jovem que, olhando para o que está acontecendo, não gostou. Mas quem comanda o timing [tempo, em inglês] das reformas são os políticos. Se o presidente [da República] acha que pode atrapalhar [o cenário político], vai retardar”, disse o ministro da Economia.

“Se não gostou, vire político, seja eleito presidente da República e venha aqui fazer a reforma que quiser”, provocou ainda Paulo Guedes, mostrando que não digeriu ainda a última conversa com os agora ex-assessores.

(Com informações da Agência Estado)

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