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Bolsonaro: Força Nacional não pode ser submetida a “disque-denúncia”

Presidente ameaçou tirar Cariacica (ES) de programa de segurança porque prefeito abriu canal para receber denúncias de abuso de autoridade

atualizado

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KLEBER GONÇALVES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
FORÇA NACIONAL EM FORTALEZA.
1 de 1 FORÇA NACIONAL EM FORTALEZA. - Foto: KLEBER GONÇALVES/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) ameaçou tirar a cidade de Cariacica, no Espírito Santo, do programa de combate a criminalidade violenta criado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. Segundo o presidente, o prefeito Juninho (Cidadania) criou um “disque-denúncia” ao qual os agentes da Força Nacional que estão na cidade não podem ser submetidos.

“Não podemos expor nossos agentes de segurança a ser submetidos ao disque-denúncia, que na maioria das vezes é mentira o disque-denúncia. São os bons policiais que são denunciados, para exatamente a parte do crime organizado agir dessa maneira, para atrapalhar quem está fazendo o bem para aquela região”, disse, em transmissão ao vivo pelo Facebook na noite desta quinta-feira (03/10/2019).

O presidente da República afirmou que vai conversar com Moro para avaliar a retirada o município, que é um dos cinco escolhidos para o programa “Em frente, Brasil”. Com a atuação de homens da Força Nacional, o projeto pretende integrar a ação das polícias com políticas públicas. Pelo Twitter, Bolsonaro comemorou a redução de crimes nas cidades selecionadas.

“Pessoal de Cariacica, queremos o bem de vocês, pretendemos continuar o plano, mas se tiver uma avalanche de denúncias, em grande parte falsas, contra homens da Força Nacional, eu vou sugerir ao Sergio Moro [a retirada]. Eu acho que dos quase 6 mil municípios, mais de 5 mil querem isso lá. Tenho certeza disso aí”, afirmou.

O prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Junior, conhecido como Juninho, esteve no Palácio do Planalto no lançamento da ação, no dia 29 de agosto, e negou que tenha criado um disque-denúncia com essa finalidade.

De acordo com ele, quando a Força Nacional começou a atuar na cidade, um funcionário da prefeitura ficou responsável por receber denúncias por meio do número 162, já usado em ouvidorias municipais de todo o país. Até o momento, nenhuma reclamação foi feita. “É um programa novo, e a gente quer ouvir todo mundo”, justificou.

Para o chefe do Executivo municipal, há uma avaliação positiva do programa na cidade, com redução dos índices de violência, e a reclamação do presidente é fruto de um mal entendido. “Quem informou o presidente está mal informado. Tem alguma doideira acontecendo aí. Vamos aguardar os próximos acontecimentos”, disse.

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