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MEC: prefeito que esteve com pastores já foi preso por garimpo ilegal

Prefeito de Centro Novo (MA), Júnior Garimpeiro (PP), é um dos nomes envolvidos no suposto gabinete paralelo para desvio de verbas

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ministro da Educação Milton Ribeiro. Ele tem cabelos brancos ao lado da cabeça e usa óculos - Metrópoles
1 de 1 Ministro da Educação Milton Ribeiro. Ele tem cabelos brancos ao lado da cabeça e usa óculos - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O prefeito de Centro Novo (MA), Júnior Garimpeiro (PP), um dos nomes envolvidos no gabinete paralelo do Ministério da Educação (MEC), já foi preso em uma investigação de garimpo ilegal, em setembro de 2021.

Segundo a Folha de S.Paulo, Garimpeiro foi preso na Operação Curimã, da Polícia Federal, que visava desarticular uma quadrilha responsável por desmatar extensas áreas de terra e transformá-las em garimpos.

O prefeito passou 13 dias foragido, antes de se entregar na Superintendência da PF em São Luís, e foi encaminhado para o presídio de Pedrinhas, até ter a prisão relaxada pela Justiça.

Segundo a PF, a quadrilha tinha “grande poderio econômico e político” e já atuava na região havia pelo menos três anos. Foi responsável pelo desmatamento de mais de 60 mil hectares sem autorização dos órgãos competentes e pelo uso de substâncias tóxicas, como cianeto e mercúrio, para a extração massiva de ouro.

Garimpeiro foi convidado a participar de audiência no Senado Federal após seu nome ter sido envolvido nas denúncias sobre a atuação indevida de pastores do MEC e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O suposto “gabinete paralelo do MEC” foi revelado em um áudio vazado em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, revela ter favorecido os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL)

“Ficou no meu pé”

Em vídeo publicado pelo município de Centro Novo em maio de 2021, o ministro da Educação, Milton Ribeiro (foto em destaque), afirma que foi à região por intermediação de Arilton. “Minha história com Centro Novo começa com Arilton, esse homem que pegou no meu pé e insistiu para que eu desse atenção ao Maranhão. Depois conheci o Gilmar, o líder da igreja, que também ficou no meu pé”, disse o ministro.

Arilton e Gilmar acompanhavam Ribeiro em eventos pelo interior do país e participavam de reuniões de prefeitos com o ministro.

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O ministro da Educação nega que houvesse um esquema de corrupção no pedido de verbas para o MEC e afirma que uma investigação sobre a atuação dos pastores foi pedida por ele à Controladoria-Geral da União (CGU) em agosto de 2021.

Em entrevista na quarta-feira (23/3), Ribeiro ainda disse que “não há nenhuma possibilidade” de “determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”.

Ribeiro foi convocado para prestar depoimento na Comissão de Educação do Senado Federal. O chefe da pasta federal deve comparecer à Casa Legislativa na quinta-feira da semana que vem (31/3).

O colegiado também aprovou convites aos pastores beneficiados, Gilmar Santos e Arilton Moura; ao presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte; e ao prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB). As datas ainda não foram definidas, mas a previsão é que a agenda seja estipulada após a oitiva do ministro.

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