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Mauro Cid: PF fará novas diligências para confirmar relatos em delação

Expectativa é de que a delação traga novidades sobre o escândalo das joias, a fraude em cartões de vacina e uma suposta tentativa de golpe

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Imagem colorida mostra Mauro Cid deixando Batalhão do Exército
1 de 1 Imagem colorida mostra Mauro Cid deixando Batalhão do Exército - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A homologação do acordo de delação premiada de Mauro Cid pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), inaugura nova etapa das investigações sobre supostas irregularidades cometidas por pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Mauro Cid precisará trazer às investigações fatos inéditos, que não tenham sido contados nas horas de depoimentos já prestados à Polícia Federal. Após as revelações, que devem ser feitas pelo militar nos próximos dias, a PF fará novas diligências para checar a veracidade das informações.

A expectativa é que Cid esclareça pontos sobre como se deu a participação de Bolsonaro nos seguintes casos: a falsificação de cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde, o Conect SUS; as joias que entraram irregularmente no país e o momento em que os presentes foram vendidos no exterior; e até sobre o 8 de Janeiro e as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no país, com a participação de mentores intelectuais do governo anterior.

A delação premiada foi proposta pela defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro à Polícia Federal. Na decisão que homologou o acordo, Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória a Cid, com imposição de cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair de casa em determinados horários e afastamento das funções no Exército.

O ministro ainda mandou suspender quaisquer documentos de porte de arma de fogo em nome do investigado, além de quaisquer Certificados de Registro para realizar atividades de colecionamento de armas de fogo, tiro desportivo e caça (CACs), e o uso de redes sociais.

Moraes ainda proibiu Cid de se ausentar do país, com obrigação de realizar a entrega de seus passaportes dentro de cinco dias. Determinou, ainda, que os passaportes sejam tornados sem efeito.

Mauro Cid deixa Batalhão do Exército após quatro meses de prisão

A delação

Em 6 de setembro, Cid chegou a ir ao STF para falar sobre o desejo de colaborar. O ex-ajudante de ordens foi preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de familiares e do ex-presidente Bolsonaro.

Cid é investigado em uma série de operações – entre as quais, a que apura a venda ilegal de joias e outros objetos do acervo da Presidência da República durante a gestão Bolsonaro.

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Mauro Cid estava preso desde 3 de maio em Brasília
Mauro Cid deixa Batalhão de Polícia do Exército
Mauro Cid deixou o Batalhão do Exército e foi para o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, onde colocou tornozeleira eletrônica
Ministro Moraes suspendeu porte de arma de fogo de Cid e o seu registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC)
Ministro Alexandre de Moraes ainda determinou apreensão do passaporte de Mauro Cid
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Cid deverá usar tornozeleira eletrônica, está proibido de sair de casa em determinados horários e foi afastado das funções no Exército

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Mauro Cid estava preso desde 3 de maio em Brasília

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Mauro Cid deixa Batalhão de Polícia do Exército

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Mauro Cid deixou o Batalhão do Exército e foi para o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, onde colocou tornozeleira eletrônica

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Ministro Moraes suspendeu porte de arma de fogo de Cid e o seu registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC)

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Ministro Alexandre de Moraes ainda determinou apreensão do passaporte de Mauro Cid

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Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército

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Cid estava preso desde 3 de maio, por ordem de Alexandre de Moraes

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Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Cid, chega ao atalhão de Polícia do Exército, em Brasília

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Bitencourt chegou acompanhado de sua esposa

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Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército

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Cid estava preso desde 3 de maio, por ordem de Alexandre de Moraes

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Cezar Roberto Bitencourt, advogado de Cid, chega ao atalhão de Polícia do Exército, em Brasília

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Bitencourt chegou acompanhado de sua esposa

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Mauro Cid mudou estratégia de defesa e contou o que sabe à PF

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Mauro Cid estava preso no batalhão da Polícia do Exército

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Batalhão de Polícia do Exercíto em Brasília

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Mauro Cid foi levado à unidade em maio

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Atualmente, no batalhão, ficam presos militares que cometeram trangressões

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O oficial ficou preso por quatro meses

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Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid firmou acordo de colaboração premiada com o STF

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Entrada do Batalhão de Polícia do Exercíto, em Brasília

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Mauro Cid recebeu visitas de outros investigados na prisão

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Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

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Bolsonaro e seu ajudante de ordens à época do governo

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Depoimentos

Nas últimas semanas, Cid prestou uma série de depoimentos à Polícia Federal. O mais recente ocorreu em 31 de agosto, em investigação sobre o caso das joias.

Além de Cid, Jair e Michelle Bolsonaro, o general Lourena Cid (pai de Mauro Cid) e os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef foram convocados, simultaneamente, para oitivas na PF.

Dos oito convocados, apenas Mauro Cid e seu pai falaram aos investigadores em Brasília; Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, prestou esclarecimentos em São Paulo.

Bolsonaro e Michelle permaneceram em silêncio durante a oitiva. A ex-primeira-dama se baseou em parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) que questiona a competência do STF em julgar o caso. Fabio Wajngarten também não falou. Um dos motivos apresentados por ele é o fato de ser advogado do casal Bolsonaro.

Cid também prestou depoimento em 28 de agosto, no âmbito do inquérito que apura as ações do hacker Waler Delgatti Neto contra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nessa oitiva do ex-ajudante de ordem, a PF apurou se Mauro Cid participou ou se tem informações do encontro e das tratativas que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Nas conversas, os dois teriam discutido um plano para invadir o sistema do CNJ e também para contestar a efetividade do sistema eleitoral.

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