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Justiça do Rio recebe novo pedido de prisão contra vereador Jairinho

Denúncia é resultado do 3º indiciamento de Jairinho por tortura contra filhos de ex-namoradas. Plenário da Câmara vota cassação nesta quarta

atualizado

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Reprodução/ Jornal O Dia
PCRJ indicia Jairinho por tortura a outra criança. Garoto de 3 anos usou gesso por dois meses
1 de 1 PCRJ indicia Jairinho por tortura a outra criança. Garoto de 3 anos usou gesso por dois meses - Foto: Reprodução/ Jornal O Dia

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Rio enviou à Justiça mais uma denúncia contra o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), com novo pedido de prisão. Desta vez, por causa de tortura contra o filho de uma de suas ex-namoradas, a estudante Débora de Mello Saraiva.

Na justificativa, o promotor Marcos Kac, da 1ª Promotoria de Investigação Penal Territorial da zona sul e Barra da Tijuca, afirma que o parlamentar submeteu o menino, quando este tinha 2 anos de idade, a “intenso e desnecessário sofrimento físico e mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”, com emprego de violência.

A denúncia é resultado do terceiro indiciamento de Jairinho pelo crime de tortura majorada contra filhos de ex-namoradas. Neste caso, em relatório da Polícia Civil, os investigadores revelam que o que seria um passeio rápido, de apenas 10 minutos, virou sessão de espancamento contra o menino.

O curto período deixou marcas e lesões graves em uma das pernas do garoto, em 2015.

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Assim como nos outros casos, Jairinho pediu para passar um tempo com o menino, numa tentativa de suprir a falta que sentia dos filhos, sob o argumento de que era impedido pela ex-mulher, Ana Carolina, de ver os herdeiros. No documento, ao qual o Metrópoles teve acesso, a polícia relata as provas e os testemunhos da agressão contra a criança e contra a ex-namorada Débora Saraiva.

No depoimento prestado à polícia, Débora conta que Jairinho não fazia questão da presença de sua filha mais velha, “demonstrando sempre um interesse especial em se aproximar do menino”.

Jairinho ainda teria colocado um papel na boca da criança e disse que, se o garoto engolisse, “ele iria ver”. Logo após, o vereador teria também posto um saco plástico na cabeça do menino e dado voltas de carro com ele, pelas ruas do condomínio.

Já em 9 de março de 2015, ao sair sozinho com a criança, o vereador teria dado início a “sessões de tortura” no veículo, causando-lhe hematomas nas bochechas e vômitos. Nesse mesmo dia, ao descer sozinho de uma altura entre 50 e 70 centímetros, o menino caiu e quebrou o fêmur.

Henry Borel

Jairinho está preso desde o dia 8 de abril, acusado de torturar e matar o enteado, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, filho de sua última namorada, a professora Monique Medeiros, também presa acusada de participação na morte do filho.

A decretação de uma nova prisão preventiva contra o parlamentar, que está preso pelo homicídio triplamente qualificado do enteado, também foi pedida.

Formado em medicina, Jairinho foi interditado de forma cautelar pelo Conselho Regional de Medicina do Rio no dia 10 de junho, “recurso do Conselho para proteger a população e assegurar a boa prática médica”. Segundo o Cremerj, um processo contra Jairo está em andamento e corre em sigilo, e as punições previstas em lei vão de advertência até cassação definitiva do registro.

Na segunda-feira (28/6), o Conselho de Ética votou por unanimidade pela cassação do vereador. Agora, o processo será votado pelo plenário na quarta-feira (30/6), e Jairinho pode vir a ser primeiro vereador cassado na história do parlamento carioca.

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