Goiânia – O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou o afastamento da perita criminal Káthia Mendes de Magalhães, de 41 anos, suspeita de forjar um atentado a tiros contra ela mesma em Caldas Novas em 10 de março. O servidor público municipal Douglas Souza de Oliveira, que também participou da encenação, foi afastado por decisão judicial.
A decisão da juíza Vaneska da Silva Baruki aceita um pedido do Ministério Público e da Polícia Civil, que acusam Káthia e o colega de peculato, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo.

Perita criminal Káthia Mendes gravou vídeo dentro de hospitalReprodução

Káthia tem quase 17 anos de atuação na Segurança PúblicaTJGO

Chefe da Polícia Científica em Caldas Novas, Kathia MendesSPTC-GO

Kathia Magalhães é perita criminal em Caldas NovasReprodução/TV Anhanguera

Perita criminal sofreu atentado em rodovia estadual de GoiásAlan Cássio/Caldas Novas

Local de atentado a tiros contra perita criminal tem pouca iluminaçãoAlan Cássio/Caldas Novas

Káthia Mendes Magalhães, chefe da Polícia Científica em Caldas Novas, pediu para ex-servidor atirar nelaReprodução
Segundo as investigações, a perita criminal, que era coordenadora da Polícia Científica em Caldas Novas (GO), pediu que o servidor Douglas atirasse nela. O disparo acertou o tórax na altura do ombro. O objetivo era fingir um atentado e Káthia conseguir transferência da cidade em que trabalhava.
Além de afastados, Káthia e Douglas tiveram a quebra de sigilo dos dados telefônicos, suspensão do porte e posse de arma de fogo, recolhimento das armas que tinham legalmente e proibição de manterem contato entre si ou com demais servidores e testemunhas, segundo decisão judicial.
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Segundo o Ministério Público de Goiás, além de conseguir transferência da cidade em que trabalhava, Káthia também teria o objetivo de conseguir progressão na carreira, o que incluiria aumento de salário.
A perita disse inicialmente que foi fechada por um carro de farol apagado na rodovia GO-213, em Caldas. Em seguida, ela teria parado o carro para verificar algum dano e foi abordada por homens em uma motocicleta.
Segundo a versão inicial da perita, uma pessoa na garupa da motocicleta teria disparado três vezes contra ela, mas dois dos disparos teriam falhado. Káthia chegou a gravar um vídeo de dentro do hospital, agradecendo a solidariedade por ter sido vítima de um atentado.
No entanto, ela acabou confessando que planejou uma farsa. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirmou que a munição que atingiu a perita teria sido alterada com menos pólvora, para causar um dano menor no momento do disparo.
O Metrópoles vem entrando em contato com a defesa da perita desde a época da ocorrência e não obteve retorno. A reportagem tenta localizar a defesa de Douglas.