metropoles.com

“Fez para matar”, diz mãe de vítima em incêndio causado por namorado

Edivânia Borges relata como sua filha, de 18 anos, e o neto recém-nascido acabaram como alvos de uma tentativa de assassinato no RJ

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução
Edivania Borges
1 de 1 Edivania Borges - Foto: Reprodução

No dia 9/6, por volta de 5h, Edivânia Borges, de 41 anos, foi acordada pelo filho, Lucas Aquino, após o jovem sentir cheiro de fumaça vindo da casa da irmã caçula, Larissa (nome fictício). A estudante de 18 anos morava na residência com o companheiro, Pedro Henrique Gonçalves Carvalho, de 21 anos, e o filho do casal, de três semanas de vida.

Desesperada, Edivânia e os familiares, que moram no mesmo quintal no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro, correram para o imóvel, já tomado pelas chamas.

Todos entraram na casa para salvar as vidas de Larissa e do bebê, que dormiam no local. Eles conseguiram ser retirados sem ferimentos ou queimaduras. Ao perguntarem à jovem como aquilo aconteceu, ouviram: “Foi o Pedro”.

Abalada, Larissa ainda não se sente bem para falar do dia em que ela e o filho quase morreram. Por isso, a mãe Edivânia se prontificou a falar com o Metrópoles sobre o episódio.

Ela contou que Pedro Henrique, namorado de sua filha, abriu a válvula de gás do fogão e espalhou álcool e açúcar nos cômodos e até nas roupas do bebê. O objetivo era que as chamas se espalhassem mais rapidamente. Depois, ele jogou um isqueiro no chão, fugiu e não foi mais localizado.

A mulher disse que o único objeto da criança que restou foi o carrinho, pois estava na casa dela. O restante foi destruído pelo fogo.

“O que sobrou foi o carrinho. Tadinho do meu ‘bichinho’, quase morreu. Foi uma covardia, ele veio para matar os dois na cama”, disse. 

A família acionou o Corpo de Bombeiros e a perícia foi feita. Quase um mês depois, o imóvel continua com cheiro de fumaça. Larissa e o bebê estão dormindo na casa dos pais dela.

Edivânia contou que Pedro não apresentava comportamento violento normalmente. Só que, mais cedo naquele dia, ele agrediu Larissa e a puxou pelos cabelos, como a jovem contou à Polícia Civil. A família acionou a Polícia Militar, com medo do que mais ele poderia fazer.

“De dia, ele já estava a agredindo. Eu me meti, porque se mexem com a minha filha, mexem comigo também. Chamei a viatura e os policiais o mandaram embora. De madrugada [às 3h], minha irmã chegou aqui na minha porta dizendo que ele estava ‘arrebentando’ minha filha. Descemos todos pra lá e fizemos ele pegar as coisas dele e ir embora, porque seria o melhor para ele. Mas ele acabou voltando e fazendo isso [o incêndio]”, diz.

0

Larissa declarou, em depoimento, que conheceu Pedro por amigos em comum. Segundo Edivânia, depois que o rapaz começou a apresentar comportamento violento, a filha tinha medo de contar o que sofria à família.

“É aquilo: lobo em pele de cordeiro. Ela ficava muito acuada com ele. Eu perguntava se ele tinha batido e ela dizia que não tinha acontecido nada. Sinto que ela se sentia muito coagida”, afirma.

Hoje, uma medida protetiva determina que Pedro não pode se aproximar de Larissa e do bebê a um limite mínimo de 200 metros. Os delitos citados no pedido foram “tentativa de feminicídio (provocado por queimaduras)”; “injúria”; e “lesão corporal provocada por socos, tapas e pontapés”.

O caso foi registrado na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes). O delegado titular da unidade, Alan Luxardo, declarou ao Metrópoles que Pedro Henrique foi indiciado e que o inquérito já foi enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Enquanto o caso segue a cargo dos órgãos competentes, o maior desejo da família de Larissa é que Pedro Henrique seja preso pelos crimes que cometeu.

“Que ele seja pego pelo que ele fez. Ele não fez isso para prejudicar ninguém financeiramente ou algo assim, ele fez para matar”, expõe.

A reportagem não conseguiu contato com Pedro Henrique Gonçalves Carvalho.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?