Em cruzada antiaborto, Sara Winter expõe nome de criança vítima de estupro
Apesar de restrições impostas pela Justiça, extremista Sara Giromini usou redes sociais para politizar tragédia de criança abusada pelo tio
atualizado

Nova polêmica envolvendo a extremista Sara “Winter” Giromini, que esteve presa entre 15 e 24 de junho deste ano e cumpre uma série de medidas restritivas impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ela se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais neste domingo (16/8) ao se envolver no caso da criança de 10 anos que teve a interrupção da gravidez autorizada pela Justiça.
Desrespeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que garante direito irrestrito ao anonimato para menores vítimas de violência, Giromini divulgou um vídeo no qual expõe o nome da criança.
A extremista teve a conta no Twitter bloqueada por ordem de Moraes, em decisão que atingiu outros influenciadores bolsonaristas, mas criou um perfil alternativo na plataforma.
Nesse perfil alternativo, ela informou ainda o endereço do hospital onde o procedimento seria realizado. Neste domingo, dezenas de pessoas cercaram a unidade, assediaram as equipes médicas e a própria vítima e chegaram a tentar invadir o prédio. A polícia teve que intervir, mas a confusão segue noite adentro.

Sara Winter, líder do 300 do Brasil, foi presa pela PF Igo Estrela/Metrópoles

Sara Winter e o grupo 300 do Brasil na frente da Polícia Federal Rafaela Felicciano/Metrópoles

Sara Winter em frente à manifestação de apoiadores do presidente Bolsonaro no estacionamento do TSE, durante julgamento de ações que pedem cassação da chapa Bolsonaro e Mourão Igo Estrela/Metrópoles

Apoiadora ferrenha do governo Bolsonaro, ela defende bandeiras como o armamentismo Facebook/Reprodução

Sara Winter é o "nome de guerra" da extremista de direita. Ela se chama Sara Fernanda Giromini Facebook/Reprodução

Extremista Sara Winter, líder do 300 do Brasil, mostra inquérito sigiloso Reprodução/YouTube

Líder do movimento 300 do Brasil é alvo de inquérito no STF contra fake news Igo Estrela/Metrópoles

A coordenadora do grupo é uma das investigadas no inquérito do STF sobre fake news Reprodução

Extremista Sara Winter coordena o 300 do Brasil Facebook/Reprodução
O caso
A menina morava com familiares em São Mateus, norte do Espírito Santo. Após um exame apontar a gravidez, a polícia foi acionada e a vítima relatou quatro anos de abusos e ameaças por parte do tio, caso ela contasse a alguém o que sofria.
O suspeito é um homem de 33 anos, que está sendo procurado, mas não teve a identidade divulgada.
A interrupção da gravidez foi autorizada, nessa sexta-feira (14/8), pelo juiz Antônio Moreira Fernades, da Vara da Infância e da Juventude de São Mateus. Uma primeira tentativa de interromper a gravidez não ocorreu no Espírito Santo, no sábado (15/8), porque a equipe médica se negou alegando questões técnicas.
Segundo os grupos antiaborto, dos quais Sara Winter diz ser uma representante, a gravidez já tem mais de 22 semanas, limite legal para o aborto mesmo em caso de estupro. Essa informação não foi confirmada pela Justiça, pois o caso corre em sigilo garantido pelo ECA – e ferido por Sara Giromini.