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Douglas Belchior deixa o PSol e aponta racismo institucional

O suplente de deputado federal apontou que sofreu “apagamento, silenciamento e desqualificação” nos últimos anos de partido

atualizado

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Douglas Belchior
1 de 1 Douglas Belchior - Foto: Divulgação

São Paulo – Suplente de deputado federal e liderança do movimento negro, Douglas Belchior anunciou que vai sair do PSol. Na nota em que anunciou sua saída, ele aponta “racismo institucional, violência política, a prática do boicote, do apagamento, do silenciamento e da desqualificação” que sofreu nos últimos anos de partido.

Belchior é coordenador da Uneafro e da Coalizão Negra por Direitos, e fazia parte do PSol desde 2003, quando coletou assinaturas para a criação da legenda. Ele disse que tomou a decisão de deixar a sigla após o 7º Congresso Nacional, realizado no último final de semana, onde, segundo ele, viu que “embora o discurso carregue elementos de mudanças, a estrutura não muda”.

Belchior ainda afirma que o partido tem dificuldade em lidar com a transformação, o que transparece no “controle e limitação de candidaturas coletivas, na proibição de candidaturas apoiadas por iniciativas da sociedade civil e na limitação da possibilidade de busca de recursos fora dos ‘padrões partidários'”.

Na nota, ele ainda defende que o PSol deve apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em vez de ter um candidato próprio. A legenda ainda estuda se vai lançar Guilherme Boulos, líder do MTST, como candidato ao Executivo federal.

“Meu afastamento das instâncias internas do partido se deve à óbvia conclusão de que a única possibilidade de a agenda negra incidir e produzir efeitos sobre a dinâmica social é o fortalecimento das experiências organizativas do Movimento Negro e, sobretudo, da imposição do Movimento Negro como instância legítima e indispensável para a formulação de um projeto de país que nos leve a superar a desgraça em que estamos mergulhados”, acrescentou.

Douglas Belchior teve 50 mil votos para deputado federal nas eleições de 2018, em São Paulo. Ele ainda avalia se vai se filiar a outro partido e vai concorrer para algum cargo eletivo em 2022.

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