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Dólar cai para menos de R$ 5 na véspera de negociação Rússia-Ucrânia

Na terça (8/3), moeda norte-americana recuou 0,49% e fechou o dia valendo R$ 5,0537. Nesta quarta, preço do Brent recuou 5%, a US$ 120

atualizado

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Marcello Casal Jr./Agência Brasil
notas de dólar
1 de 1 notas de dólar - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O dólar voltou a ser negociado abaixo dos R$ 5 nesta quarta-feira (9/3), após os Estados Unidos e o Reino Unido proibirem a importação de petróleo e derivados procedentes da Rússia. O recuo foi registrado na véspera da negociação entre Rússia e Ucrânia. Por volta de 12h30, a moeda norte-americana recuava 1,24%, e era vendida a R$ 4,9910. Na mínima do dia até o momento, o dólar chegou a R$ 4,9993. Na terça, a moeda fechou em queda de 0,49%, e custou R$ 5,0537.

Ao mesmo tempo, por volta de 13h50, o petróleo tipo Brent, referência mundial, era negociado em queda 5,88%, valendo US$ 120,45. O WTI, referência no mercado dos Estados Unidos, também teve baixa de 5,34%, cotado a US$ 117,10.

Na véspera, os futuros do Brent fecharam a US$ 127,98 o barril, alta de 3,9%, enquanto o petróleo dos EUA fechou a US$ 123,70 o barril, subindo 3,60%.

Os preços do petróleo subiram mais de 30% desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro, e os Estados Unidos e outros países impuseram sanções ao governo russo.

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Governo brasileiro estuda medidas

Na tentativa de amenizar o impacto no bolso do brasileiro e na inflação, o governo estuda aprovar subsídio para compensar a alta do petróleo no mercado internacional e evitar o repasse do preço para a bomba de combustíveis. A expectativa é que o programa tenha duração de três a seis meses, com custo bilionário aos cofres públicos.

A proposta do governo federal é estipular um valor fixo de referência para a cotação dos combustíveis e subsidiar a diferença entre esse valor e a cotação internacional do petróleo. O pagamento seria feito a produtores e importadores de combustíveis.

Além disso, o Executivo também pensa em segurar o aumento dos preços dos combustíveis para o consumidor final, usando o lucro da Petrobras registrado em 2021.

Há duas semanas, a estatal informou ter registrado lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões em 2021. Em 2020, a estatal reportou ganhos de R$ 31,504 bilhões, o que representa um avanço anual de 1.400,7%.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) já defendeu a medida e disse que a petroleira sabe o que fazer para que o preço dos combustíveis não dispare em território brasileiro, mesmo em meio à crise no Leste Europeu, devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

“Esse [preço dos combustíveis] é outro assunto que a gente está tratando aqui, porque eu não tenho como interferir aqui, nem vou interferir na Petrobras. Agora, a Petrobras, por sua vez, sabe da sua responsabilidade e sabe o que tem que fazer para colaborar para que o preço dos combustíveis aqui dentro não dispare. A Petrobras tem gente competente para isso, tem seu quadro de diretores, tem seu presidente, e sabe o que fazer”, afirmou na última semana.

“Em um momento de crise como este [guerra no Leste Europeu], eu acho que esse lucro, dependendo da decisão dos diretores, do conselho, do presidente, pode ser rebaixado um pouquinho para a gente não sofrer muito aqui. Senão vem uma inflação enorme aqui dentro”, acrescentou o presidente.

Ao longo da semana, Bolsonaro e a equipe técnica do governo têm conversado sobre o assunto. Nenhuma medida foi anunciada até o momento.

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