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DF terá mais representantes nas Paralimpíadas que nos Jogos Olímpicos

Serão 22 brasilienses nas Paralimpíadas, que começam no dia 7 de setembro no Rio de Janeiro, contra 11 nas Olimpíadas. Chances de medalhas são grandes

atualizado

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Michael Melo/Metróploes
1 de 1 Michael Melo/Metróploes - Foto: null

As Olimpíadas acabaram e agora é hora de acompanhar o desempenho dos nossos atletas nas Paralimpíadas. Os jogos começam em 7 de setembro, data que marca a Cerimônia de Abertura no Rio de Janeiro, e vão durar 12 dias. Ao todo, 22 representantes do Distrito Federal estarão na competição – o dobro de competidores que disputaram os Jogos Olímpicos em agosto.

Foram 278 atletas convocados para as Paralimpíadas – 187 a menos que nas Olimpíadas. O DF terá esportistas nas seguintes modalidades: atletismo, ciclismo, goalball, hipismo, rugby, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco e vela. O Metrópoles mostra agora um pouquinho da história de cada um desses paratletas e como eles se superaram para chegar à competição esportiva do Rio de Janeiro:

  • Atletismo

Ariosvaldo Fernandes
Velocista, Ariosvaldo treina e mora em Ceilândia Norte. Ele foi vítima de poliomielite na infância, ficando em cadeira de rodas. No entanto, isso não o impediu de se destacar no esporte. Ariosvaldo é oito vezes campeão brasileiro e participou das Paralimpíadas de Londres, ficando em quarto lugar. No Rio de Janeiro, espera conquistar sua primeira medalha.

Paulo Flaviano
Portador de paralisia cerebral, Paulo é apaixonado por todos os tipos de esporte, em especial pelo atletismo. Aos 29 anos, mora em Santa Maria desde criança e foi lá que começou a correr. Na última edição dos Jogos Parapan-Americanos, em 2015, ganhou duas medalhas: ouro nos 400 metros e bronze nos 200.

Shirlene Coelho
Shirlene pode trazer medalha para Brasília. E disso ela entende bem. Na última Paralimpíada, em Londres, ela conquistou a primeira de ouro do atletismo do país. A prova da atleta é o dardo da classe T37/38 (paralisados cerebrais ambulantes). Em Pequim, em 2008, Shirlene foi prata. Nesta edição dos Jogos, ela será a primeira mulher a ser porta-bandeira do Brasil em uma Paralimpíada.

Divulgação
Shirlene Coelho será a primeira mulher a carregar a bandeira do Brasil na abertura das Paralimpíadas

 

Tito Sena (atleta-guia)
Ouro em Londres-2012, o maratonista brasiliense vai ao Rio de Janeiro como atleta guia nesta edição dos Jogos Paralímpicos. No entanto, como o auxiliar também sobe no pódio, ele tem grandes chances de trazer uma medalha para o Distrito Federal. Em 2008, em sua primeira participação paralímpica, Tito, hoje com 46 anos, conquistou a prata na maratona. O brasiliense procurou o atletismo para melhorar o condicionamento físico depois de sofrer um acidente e ter o braço direito comprimido por uma máquina na fábrica em que trabalhava.

Wendel de Souza Silva (atleta-guia)
Assim como Tito, o brasiliense é um atleta um pouco diferente. Na função de guia, ele auxilia a saltadora Silvânia Costa em suas provas e tem grandes chances de trazer uma medalha para o Distrito Federal. A sul-mato-grossense é detentora do recorde paralímpico no salto em distância e já bateu a marca mundial na classe T11 (cego total).

  • Ciclismo

Jady Malavazzi
Em 2007, Jady sofreu um acidente de carro que a deixou sem andar. Um motorista dormiu ao volante, invadiu a pista contrária em alta velocidade e só parou quando colidiu no carro em que ela e a mãe estavam. Em 2011, começou no ciclismo paralímpico, disputando provas de estrada e contra-relógio. Essa será a primeira Paralimpíada da carreira da atleta que é pentacampeã brasileira.

  • Goalball

Leomon Moreno
Leomon nasceu com retimose pigmentar, uma doença degenerativa, e buscou refúgio no esporte desde cedo. Chegou a conquistar medalhas em competições de futebol de 5 e atletismo. Aos 12 anos, começou a praticar o goalball com a equipe feminina. Dois anos depois, mais forte e experiente, passou a integrar a seleção masculina, com a qual foi prata em Londres, em 2012.

  • Hipismo

Marcos Alves
Conhecido como Joca, Marcos Alves tornou-se atleta no hipismo ainda criança – aos 10 anos. Em 1985, foi vítima de um acidente gravíssimo que o deixou paraplégico. Joca caiu após o seu cavalo quebrar uma das patas e teve sua coluna vertebral afetada. No entanto, isso não o afastou do hipismo. Em 2004, se classificou para sua primeira Paralimpíada, em Atenas. Seguiu para os Jogos de Pequim, onde conquistou dois bronzes, e também participou das competições de Londres, em 2012.

ReproduçãoSérgio Oliva
Sérgio é um dos principais competidores brasilienses que estarão no Rio para as Paralimpíadas. No ano passado, recebeu o prêmio de melhor atleta de hipismo paralímpico do país. Ele já participou de duas Paralimpíadas — Pequim, em 2008, e em Londres, em 2012. O atleta está otimista quanto ao seu desempenho e espera trazer mais uma medalha para a capital.

Vera Lúcia Mazzilli
Aos 65 anos, Vera Lúcia Mazzilli começou tarde no hipismo, aos 54. No entanto, a idade não a impediu de conseguir grandes resultados. Portadora de distonia muscular não progressiva (que causa espasmos musculares involuntários), ela já ganhou campeonatos nacionais e, em 2013, foi eleita a melhor paratleta brasileira da modalidade.

  • Rugby

José Higino
José Higino é atleta de rugby em cadeira de rodas desde 2010. Essa será a primeira chance do atleta de disputar os Jogos Paralímpicos. Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015, ele conquistou a quarta colocação. O esporte é disputado em uma quadra com as dimensões da quadra de basquete e oito jogadores.

  • Tênis em cadeira de rodas

Carlos Santos
Carlos Santos é conhecido como Jordan e é a principal referência do tênis brasileiro em cadeira de rodas. Ele já disputou três Paralimpíadas (Atenas, Pequim e Londres) e se prepara para encarar a quarta e última da carreira. Nesta temporada, ele faturou os troféus de campeão em dois torneios em Buenos Aires e mais quatro no Brasil — três em Belo Horizonte (MG) e um em Vitória (ES).

Natália Mayara
Ela é a brasileira mais bem colocada no ranking mundial no tênis em cadeira de rodas. A atleta, que perdeu as duas pernas depois de ser atropelada ainda criança, começou no esporte aos 13 anos. Aos 16, já conquistava os primeiros títulos. Essa será a primeira Paralimpíada da carreira de Natália, que tem chances reais de conquistar medalha para Brasília no simples e em duplas.

Agência Brasil
Natália Mayara é uma das apostas de medalha no tênis em cadeira de rodas

 

Rejane Cândida
Rejane foi a primeira mulher do país a competir no tênis de cadeira de rodas. Ainda criança, teve poliomielite e ficou paraplégica. Fez do esporte sua motivação e profissão. Hoje ela trabalha em uma escola particular como auxiliar de educação física e mescla as obrigações como atleta. Rejane fará dupla com Natália Mayara em uma das provas dos Jogos Paralímpicos.

Rodrigo Campos
Rodrigo Campos é cadeirante desde criança. Ele teve os movimentos das pernas afetados devido a uma meningite. Há 10 anos, o paratleta conheceu o tênis em cadeira de rodas e começou a se dedicar ao esporte. Agora, chega ao ápice da carreira, que é a disputa das Paralimpíadas. Ele participará das provas individuais e em dupla e também tem chance de medalhas.

  • Tênis de mesa

Aloisio Alves
Aloísio Alves é atleta paralímpico há 15 anos. Aos 29, sofreu um acidente praticando rapel. Ele fraturou uma vértebra do pescoço e ficou sem andar. O tênis não só ajudou na reabilitação mas passou a ser uma paixão. O paratleta espera faturar uma medalha no esporte que foi fundamental em sua vida.

Guilherme Costa
O tênis de mesa surgiu como forma de fisioterapia. Aos 14 anos, Guilherme Costa foi atropelado no Parque da Cidade e ficou tetraplégico. Hoje, o paratleta ocupa o 15º lugar no ranking mundial da classe 2 do tênis de mesa. Ele foi medalhista de ouro (duplas) e bronze (individual) nos Jogos Parapan-Americanos de 2015, em Toronto.

Iranildo Espíndola
Iranildo começou a carreira em 1997. Ele foi um dos primeiros homens do país a praticar o tênis de mesa em cadeira de rodas e ajudou a difundir o esporte no Distrito Federal. Iranildo ficou paraplégico por causa de uma lesão na vértebra após um mergulho e conseguiu superar a tragédia por meio do esporte.

Comitê Paralímpico Brasileiro/Divulgação
Iranildo (e) espera alcançar a primeira colocação no ranking da Paralimpíada do Brasil
  • Tiro com arco

Diogo Rodrigues
Diogo Rodrigues de Sousa é atleta paralímpico do tiro com arco em cadeira de rodas. Atualmente, é o quarto colocado do ranking brasileiro. Ele irá competir na categoria arco recurvo, tanto em dupla quanto individual. O brasiliense não tem expectativa de medalhas, mas como essa será sua primeira Paralimpíada, sabe que a experiência adquirida será importante para as próximas competições.

Luciano Reinaldo
Luciano tem mielomeningocele, uma má formação congênita na coluna vertebral que limita o movimento das pernas. Mas isso não é empecilho para a vida alegre e movimentada que leva. Ele treina até quatro horas por dia, entre três e quatro vezes por semana. Para os jogos, quer enfrentar seus próprios medos e deficiências.

Thaís Silva e Carvalho
Thaís está mais que otimista para a primeira Paralimpíada da carreira. Prata nos Jogos Parapan-americanos do ano passado, a expectativa é estar entre os oito melhores do mundo nos Jogos Paralímpicos. Ela precisou amputar a perna direita aos 20 anos, mas nada que tirasse o sorriso e a vontade de competir.

Thaís Silva e Carvalho quer estar entre os oito melhores da competição
  • Vela

Herivelton Anastácio
O atleta sofreu um acidente de moto aos 23 anos com várias lesões que o impediram de continuar a praticar os esportes que gostava. Durante a recuperação no Hospital Sarah Kubitschek, conheceu a vela adaptada e se apaixonou de imediato. Hoje, coleciona prêmios regionais e sonha com a primeira Paralimpíada da carreira.

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