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Maioria da população do DF quer o afastamento definitivo de Dilma

Rejeição à petista, no entanto, não se reflete em apoio ao início do governo de Michel Temer, que é desaprovado por mais da metade dos brasilienses

atualizado

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Lula Marques/Agência PT
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1 de 1 LM_Dilma_Cerimonia_Programa_Investimento_Energia_Eletrica_11082015_019 - Foto: Lula Marques/Agência PT

Quase três meses após o começo do afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff (PT), a maior parte da população brasiliense quer a saída definitiva da petista. Levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido do Metrópoles revela que 68,7% dos entrevistados são favoráveis ao impeachment, enquanto 26,7% não concordam com a medida. Nesta semana, a pupila do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conhecerá seu destino: o julgamento do impeachment no Senado está marcado para começar nesta quinta-feira (25/8).

Após ser reeleita, em 2014, Dilma enfrentou uma série de denúncias, que resultaram na abertura do processo de impedimento. Na semana passada, o Senado aprovou parecer do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) defendendo o afastamento definitivo da presidente. Dessa forma, ela se tornou ré no processo. A votação final terá início no próximo dia 25.

Para piorar a situação, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou no dia 16 a abertura de inquérito contra ela, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dois ex-ministros. Eles são acusados de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

Embora a maioria dos brasilienses se manifeste favorável ao impeachment, esse sentimento não se traduz em apoio ao governo interino de Michel Temer (PMDB). Pouco mais da metade dos moradores do DF (50,3%) desaprova a administração dele. Outros 42,9% apoiam a gestão do peemedebista e 6,7% não souberam ou não quiseram opinar.

De acordo com Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná, essa situação é resultado da vontade que a população tem por novas eleições. Segundo pesquisa divulgada em julho deste ano, 62% dos brasileiros querem um novo pleito presidencial.

Em não ocorrendo novas eleições, como tudo indica, o que vai pesar de agora em diante, a partir do afastamento definitivo, é a recuperação da economia. Se a população sentir ganhos no bolso, Temer terá apoio

Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas

Recorte por gênero e escolaridade
De acordo com o levantamento, a popularidade de Temer é maior entre os homens. O recorte por gênero mostra que 47,6% deles endossam a administração peemedebista, ante 45,8% que têm posição oposta. Já entre as mulheres, o governo é rejeitado por 54,2% e aprovado por 39%. Logo que montou o seu ministério, Temer foi bastante criticado por não ter escolhido mulheres para o primeiro escalão.

Já na divisão por escolaridade, a pesquisa mostra que quanto maior o nível de ensino, mais alta a aprovação ao governo. Os percentuais são de 45,2% para quem tem curso superior; 42,7% para aqueles que concluíram o ensino médio; e de 40,3% entre quem cursou apenas o ensino fundamental. A rejeição, nesses casos, é de 48,3%; 51%; e 52%, respectivamente.

Expectativa x realidade
Mesmo sem aprovar a administração Michel temer, a maior parte dos brasilienses (54,9%) diz que o presidente interino corresponde à expectativa que tinham em relação ao governo. Outros 22,3% avaliam que ele está pior do que o esperado, e 19,6% acreditam que está melhor que a encomenda. Não souberam ou não quiseram opinar 3,2% dos entrevistados.

No levantamento atual, o Paraná Pesquisas ouviu 1.302 pessoas no DF, nos dias 6 e 8 de agosto. O índice de confiança do levantamento é de 95%, e a margem de erro, de 3%. Os entrevistados foram selecionados aleatoriamente para responder aos questionários, de acordo com cotas de sexo, idade e escolaridade.

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