O que o ciclone Yakecan tem de diferente?

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O ciclone Yakecan chegou ao Brasil trazendo ventos intensos e uma grande frente fria. No Rio Grande do Sul, foram registradas rajadas com velocidade acima de 100 km/h; em determinadas localidades do estado, as correntes de ar podem alcançar 120 km/h, equivalente à força de um furacão

Ventos fortes causados por um ciclone durante o frio não são novidade na América do Sul, mas, normalmente, formam-se ciclones extratropicais nos litorais da Argentina e do Uruguai

A Marinha do Brasil classificou o Yakecan como subtropical – quando o centro é quente em superfície e frio em altitude. Como se trata de um ciclone anômalo, o sistema recebeu o nome de Yakecan – que significa “som do céu” na língua tupi-guarani

Esse tipo de ciclone é diferente por três motivos: trajetória, intensidade e natureza

Normalmente, os ciclones da América do Sul se deslocam do Oeste para o Leste, mas o Yakecan fará o caminho contrário – ou seja, do oceano para o continente. O ciclone vai margear ainda o litoral gaúcho de Sul a Norte, o que também não se costuma observar

O Yakecan é também muito intenso. Quanto menor a pressão no centro da tempestade, mais forte será o ciclone. A movimentação de ar chegará na costa gaúcha entre 985 hPa e 990 hPa, o que quase nunca se observa nas latitudes do território gaúcho

Por fim, a natureza desse sistema foge ao habitual, por ser subtropical ou tropical. Somente três ciclones subtropicais ou tropicais avançaram tão rente à costa neste século: o furacão Catarina (2004) e as tempestades tropicais Anita (2010) e Raoni (2021)

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Giphy, Metropoles/Reprodução