Ouvir, investigar, ampliar vozes e levar informações ao público. O repórter é aquele jornalista que caça notícias, seja na TV, rádio, impresso ou digital. Fiel ao processo de elaboração da reportagem, pode trabalhar com textos, imagens, sons e, ainda, dados numéricos. A data 16 de fevereiro foi criada justamente para homenagear esses profissionais. Pensando nisso, o Metrópoles separou sete livros-reportagem para comemorar o dia.
O gênero jornalístico em pauta abraça a literatura. E traz, na cobertura de histórias e personagens reais, sensibilidade, empatia e tom intimista. O livro-reportagem se aprofunda em assuntos que não cabem na mídia convencional. A lista, com base na Estante Virtual, contempla títulos reverentes como Hiroshima, Holocausto Brasileiro e Todos os Homens do Presidente.

Vale a pena a leitura! Confira sete livros-reportagem impactantes:
Hiroshima, de John Hersey


A partir do retrato de seis sobreviventes, a obra traz reportagem sobre a bomba atômica que matou 100 mil pessoas na cidade de Hiroshima, em 1945. Escrito um ano depois da explosão, a obra ajudou que o mundo tomasse consciência do catastrófico poder de destruição das armas nucleares. Quarenta anos mais tarde, o autor, ganhador do prêmio Pulitzer, reencontrou os entrevistados e completou o trabalho.
Todos os Homens do Presidente, de Bob Woodward e Carl Bernstein


Lançado em 1974, o livro reconstitui a investigação feita pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein do caso Watergate, ganhadores do prêmio Pulitzer. O escândalo político levou o presidente Richard Nixon à renúncia há 40 anos. Em linguagem eletrizante e cinematográfica, os repórteres contam como ajudaram a revelar uma poderosa rede de espionagem e sabotagem montada dentro da Casa Branca contra políticos do Partido Democrata.
O Olho da Rua, de Eliane Brum


Com 10 reportagens contidas no livro de 2008, Eliane revela a história dentro da história. A ganhadora do prêmio Jabuti de Literatura narra os bastidores a partir dos dilemas, das descobertas e também das dores a que se lança um repórter disposto a se interrogar sobre sua própria jornada. Essa nova edição, revista e ampliada, inclui o texto inédito “Os limites da palavra”, no qual a autora fala de dois “desacontecimentos” recentes que a levaram a uma profunda investigação sobre o ofício de repórter.
Rota 66, de Caco Barcellos


Consagrado pelo público e pela crítica, Rota 66, de 1992, é um livro em que o autor desmonta a rede que forma o “esquadrão da morte oficial” montado em São Paulo. Vencedor do prêmio Jabuti de Literatura e resultado de uma investigação meticulosa e audaciosa, o volume foi escrito por Caco Barcelos – um dos jornalistas de maior prestígio pela audiência conseguida pelas reportagens. A obra revela as origens da criação de um sistema mortal de extermínio, incluindo métodos e consciência.
Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex


Ganhadora do prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor livro reportagem, a obra, lançada em 2013, traz relatos de ex-funcionários e sobreviventes. Nela, Daniela Arbex denuncia um dos maiores genocídios do Brasil, no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, em Minas Gerais. O centro recebia, diariamente, pacientes com diagnóstico de doença mental, homossexuais, prostitutas, entre outros – pessoas consideradas fora dos padrões sociais. Mais de 60 mil internos morreram e um número incontável de vidas foi marcado de maneira irreversível.
A Menina Quebrada, de Eliane Brum


Eliane pode escrever sobre a Amazônia profunda como alguém que cobre a floresta desde os anos 1990. Ou pode provocar pais e filhos, com uma observação aguda das relações familiares marcadas pelo consumo. Ou, ainda, pode refletir sobre a ditadura da felicidade, que tanta infelicidade nos causa. Essa combinação transformou a coluna de opinião da jornalista em um fenômeno de audiência. O livro, de 2014 e vencedor do Prêmio Açorianos, reúne os melhores textos da autora e dá ao leitor uma fotografia do tempo, visto pelo olhar de uma repórter que observa as ruas do mundo.
Todo Dia a Mesma Noite, de Daniela Arbex


O livro, de 2018, relembra e homenageia os 242 mortos no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. As páginas transportam o leitor até o momento em que as pessoas se amontoaram nos banheiros da Kiss em busca de ar, ao ginásio onde pais foram buscar os filhos mortos, aos hospitais onde se tentava desesperadamente salvar as vidas que se esvaíam. A leitura é uma dolorosa e necessária tomada de consciência e empatia pelos jovens que tiveram seus futuros barbaramente arrancados.
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