Como a sinalização de abertura para brasileiros já mudou o turismo para Orlando
Agências de turismo veem crescer a busca por pacotes e parques da Disney e da Universal preparam novidades
atualizado

Rio de Janeiro – A pandemia impôs diversas restrições nos últimos 18 meses. Com a vontade de viajar represada, brasileiros promoveram uma corrida a passagens aéreas aos Estados Unidos após o anúncio, no último dia 20, de que o governo americano pretende reabrir as fronteiras aos nossos cidadãos totalmente vacinados em novembro – ainda sem dia exato.
A procura por pacotes disparou. “Famílias ligaram para a gente querendo ir já em novembro, mesmo sem uma data confirmada de reabertura”, conta Regina Scripilliti, proprietária da Bibidi Boo, assessoria para turistas em Orlando. Com o sumiço dos brasileiros, a empresa sobreviveu na crise praticamente só com as viagens dos próprios americanos à cidade da Flórida, onde ficam os parques da Disney.
Após apenas três dias do posicionamento da Casa Branca, a companhia recebeu cerca de 100 pedidos de orçamento e praticamente já fechou a agenda até fevereiro de 2022. O número máximo de famílias que a firma atende por temporada, de quinze dias, é de até vinte grupos.

Cerimônia dos 50 anos dos parques da Disney Foto: Getty Images

Mickey Mouse em frente a estrela da Disney colocada no Hollywood Studios Foto: Frazer Harrison/Getty Images

Estátua de Walt Disney com o Mickey no complexo Magic Kingdom Foto: Getty Images
Apenas nos últimos 7 dias, a gigante CVC teve um crescimento de 182% em comparação aos dias anteriores ao anúncio, com 8,5 mil orçamentos e mais de 560 viagens compradas para novembro e dezembro.
A agência Agaxtur, que tem Orlando como um dos seus principais mercados, afirma aguardar as regulamentações e uma data oficial para vender os pacotes. Apesar da procura ter crescido exponencialmente, nenhum produto ainda é comercializado.
Ao Metrópoles, o CEO da empresa, Aldo Leone, contou que, durante os últimos meses, viagens domésticas seguraram o orçamento. Segundo ele, a procura por viagens internacionais começa agora “do zero”.
Mercado imobiliário e retomada do turismo
No mercado imobiliário estrangeiro também é possível perceber reflexos da retomada. Dono da empresa Magic Florida, de venda de casas no estado americano, Emídio Dias diz que pelo menos quinze clientes brasileiros já o procuraram desde 20 de setembro para avisar que, com a reabertura, devem fechar negócios até o fim do ano.
Apesar de ter reduzido o número de negócios com cidadãos do Brasil durante a pandemia, o corretor viu um mercado local ainda aquecido. “Mudou um pouco o perfil do público, os americanos anteciparam o sonho de morar na Flórida com a questão do home office”, afirma.
Especialista em turismo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Coelho avalia que o setor, que acabou em frangalhos no último ano, está em processo de retomada com a vacinação. “Além de quem está viajando a lazer, tem também aqueles que vão visitar familiares, já que houve um grande percentual de imigração antes da pandemia.”
A previsão, segundo ele, é que a movimentação internacional retome o ponto de antes aos poucos. “A curto prazo, a expectativa é que brasileiros façam viagens domésticas, mas depende de como a economia se comportará”, explica.

Em parte do percurso, impulsiona os visitantes a 47 metros no ar e depois, imediatamente, em uma queda de 80 graus Foto: Divulgação/Universal Studios

Brinquedo conta com uma espiral de 360 graus logo acima da lagoa Foto: Divulgação/Universal Studios

Nova de montanha-russa tem mais de 1.430 metros de trilhos Foto: Divulgação/Universal Studios

Montanha-russa Jurassic World VelociCoaster alcança 112km/h em menos de 2,4 segundos Foto: Divulgação/Universal Studios

Novo show da Universal é uma imersão no mundo de Jason Bourne Foto: Divulgação/Universal Studios

Com tecnologia inovadora, espetáculo impressiona visitantes Foto: Divulgação/Universal Studios
Novidades nos parques
Os parques de diversão, grande atração de Orlando, também se preparam para a nova onda de visitantes. A diretora de marketing da Universal Parks & Resorts para a América Latina, Juliana Pisani, adianta as novidades da marca. “Estamos preparando festas natalinas maiores e mais incríveis do que nunca para um período de 51 dias e noites [de 13 de novembro a 2 de janeiro]”, conta, em entrevista ao Metrópoles.
O Universal Studios traz uma nova montanha-russa do filme Jurassic World, que tem a queda mais acentuada dos parques da empresa e mais de 1.430 metros de trilhos. Além disso, os fãs de Harry Potter podem aproveitar a Hagrid’s Magical Creatures Motorbike Adventure, que conta histórias vividas pelo personagem. Inaugurada em 2019, trata-se da montanha-russa mais longa da Flórida, com 1.540 metros. Para quem gosta dos shows, há uma nova atração temática de Jason Bourne, intitulada The Bourne Stuntacular.
Os concorridos parques do Walt Disney World também capricham nas novidades. Em agosto, foi anunciado o fim do FastPass, um sistema de filas virtuais que acelerava o acesso a certas atrações dos parques. Agora, o cliente pode pagar pelo Disney Genie, onde reserva um horário por vez em determinados brinquedos para ter a espera reduzida.
Atrações como Ratatouille e a estreia de Guardiões da Galáxia, ambas no complexo Epcot, movimentam grandes expectativas. Para a comemoração de 50 anos dos parques, diferentes iluminações e shows serão realizados nos principais símbolos dos endereços: no Castelo da Cinderela, no Magic Kingdom, no Spaceship Earth, no Epcot, na Árvore da Vida, no Animal Kingdom, e na Torre do Terror, no Hollywood Studios. A festividade começa em 1º de outubro e se estenderá por 18 meses.