Símbolo de brasilidade viva, que mistura cultura, tropicalismo e design, a chita está diretamente ligada à identidade visual do Brasil, em especial do Nordeste.
Confira:
A senhora trabalha com chita há 26 anos. Acredita que o tecido alcançou um status diferente ao longo desse tempo?
“Os primeiros passos de todo projeto são difíceis. Quando comecei, optei por quebrar os padrões. Tive dificuldades para comercializar o tecido. Lembro de pensar que tinha que conquistar espaço aos poucos. Não era algo que o mercado demandava e, sim, algo que eu desejava investir. Foi nesse momento que me entreguei às flores e decidi transmitir uma mensagem. Hoje, sinto uma alegria muito grande ao saber que as pessoas gostam do que tentei emitir por meio do meu desenho. Quando escuto alguma pessoa falando que adora chita, sinto um enorme prazer. Nos dias atuais, a chita é moderninha”.
Como começou sua relação com a chita?
“Fui convidada para criar linhas de cama, mesa e vestuário infantil, mas queria algo diferente do que tinha no mercado. Me inspirava em ornamentos, pesquisava vestuários e aos poucos fui entendendo que a chita proporciona infinitas possibilidades. Uma mais original que a outra”.
A senhora está em Brasília para conhecer de perto o projeto Apoena, desenvolvido pela estilista Kátia Ferreira. Como se sente ao ver iniciativas sociais como essa?
“Vendo o trabalho da Apoena, marca especializada em trabalhos manuais, e percebo que atingi meu objetivo como designer criativa. É uma iniciativa que agrega valores para as pessoas que bordam. Além da prosperidade financeira, as 48 bordadeiras envolvidas têm a autoestima tocada. Ter essa experiência de poder olhar nos olhos das pessoas que criam em cima da chita e ver que existe troca é algo emocionante”.
Chita: cor, cultura, coração
De 3 a 16 de maio, na Praça de Vidro, Taguatinga Shopping
Colaborou Sarah Campo DallOrto e Beatriz Queiroz