UnB é campeã no DF em alunas cadastradas no site que oferece “patrocínio” de homens maduros a jovens atraentes

A polêmica proposta do site Meu Patrocínio - conectar homens ricos a mulheres jovens e bonitas - é comparada à prostituição. Mas, para tentar legitimar a ideia, criadores divulgaram dados sobre a escolaridade das moças e criaram até ranking com as universidades brasileiras mais frequentadas por elas

Da Redação
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Os criadores do site Meu Patrocínio não fazem rodeios na hora de explicar a polêmica proposta do portal: unir “homens generosos e bem-sucedidos (sugar daddies) a mulheres atraentes, ambiciosas e com objetivos claros (sugar babies)”. Também sem cerimônias, levantaram dados esta semana sobre a escolaridade das moças, criaram ranking com as universidades mais frequentadas por elas e mandaram os dados à imprensa, ressaltando que os números mostram a “alternativa à crise” em que o site se transformou.

A tentativa de legitimar a ideia por meio dos números – que não são auditados e não há garantias de que sejam reais – dá o que falar. Segundo os responsáveis pelo site, a Universidade de Brasília (UnB) teria o maior número de estudantes sustentadas por sugar daddies no DF. A capital aparece na 7ª posição entre as cidades com mais cadastros no país.

O levantamento divulgado pelo portal diz que cerca de 60% das usuárias estão matriculadas em instituições brasileiras. O Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e a PUC, as duas em São Paulo, lideram a lista de 2016.

Lista de sugar babies em cada universidade no DF
1) UnB: (63 cadastradas)
2) Universidade Católica de Brasília: (53)
3) Unip: (50)
4) Unopar: (42)
5) Centro Universitário de Brasília: (20)

Cerca de 5% dos usuários (1.150 pessoas) que participam do Meu Patrocínio são da capital federal. Desses, 800 são mulheres e 350, homens. Os dados divulgados pelos organizadores são impressionantes. As estatísticas do portal dizem que os sugar daddies brasilienses têm renda média mensal de R$ 54 mil e patrimônio individual de R$ 7,5 milhões cada um.

“As sugar babies no nosso site são mulheres ambiciosas, então, faz sentido que muitas delas estudem em conceituadas universidades e que a maioria diga que inteligência e educação são as principais características que buscam num sugar daddy”, defende a brasileira Jennifer Lobo, CEO e fundadora do MeuPatrocinio.com, no relatório divulgado.

Como lidar?
Apesar da descrição, os criadores não consideram que o site promova a prostituição. Informa não aceitar “acompanhantes” e ameaça descadastrar pessoas com esse perfil. O “serviço”, na visão dos responsáveis pelo Meu Patrocínio, é uma página de namoro on-line para “homens e mulheres buscando relacionamentos de benefício mútuo”.

Mulheres não pagam para se cadastrar. Devem informar um nome falso e enviar fotos, que dependem de aprovação, além de informar qual estilo de vida pretendem levar, ou seja, quanto desejam receber entre mesada, mimos, jantares e viagens. Já os homens pagam uma taxa de R$ 199 mensais, que muda o status deles na rede para “premium” e permite, só assim, a troca de mensagens com as garotas. A partir daí, a interação depende apenas dos envolvidos, sem a intermediação do portal. Os candidatos a sugar daddies devem ter renda mensal superior a R$ 10 mil, informar patrimônio e quanto pretendem gastar com a “namorada”.

A ideia de que mulheres precisam de homens para sustentá-las, vendida pela rede, não é machismo, defende a criadora da iniciativa no Brasil. Jennifer disse à “Forbes”: “O que é feminismo? Igualdade entre homem e mulher. Ninguém está falando que não tem de haver igualdade. Mas todo mundo tem de lembrar que o homem veste uma roupa e está pronto para o ‘date’. A mulher tem de fazer cabelo, a unha, depilação… Também tem gastos. Só porque o homem paga a conta do jantar não significa que não tem igualdade.” O discurso minimiza e tenta mascarar o machismo da proposta, dando um novo nome à prostituição.

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