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Marcos Piangers: escritor queridinho da web dá dicas de paternidade

O influencer conversou com o Metrópoles sobre afetividade, carreira e um filme com base no livro Papai é Pop

atualizado

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Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles
Brasilia(DF), 17/01/2019, Entrevista Com Marcos Piangers  Local: Park Shopping, Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles
1 de 1 Brasilia(DF), 17/01/2019, Entrevista Com Marcos Piangers Local: Park Shopping, Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles - Foto: Julia Bandeira / Especial para o Metrópoles

Com o mesmo carisma de seus vídeos, Marcos Piangers recebe cada pessoa que o cumprimenta depois de uma palestra com um sorriso e braços abertos. Cheio de paciência e energia, o escritor posa para foto atrás de foto e, no final, diz “obrigado pelo carinho” aos fãs. A mesma simpatia é  estendida a todos os funcionários do evento.

Há décadas, um homem atencioso, generoso e que ganha a vida compartilhando seus pensamentos sobre paternidade e afetividade seria impensável ou motivo de chacota. Mas, em novos tempos, Piangers faz parte de uma geração masculina que não tem medo de sentir, mudar e inspirar outros homens a fazer o mesmo.

A carreira do agora famoso escritor, palestrante e youtuber começou com um diploma de jornalismo em Florianópolis, onde nasceu. Criado apenas pela mãe, Piangers se descreve, além das credenciais profissionais, como “filho de dona Eloisa” e tem como missão passar adiante o amor recebido da matriarca.

A trajetória do catarinense conta com colaborações para o programa Encontro com Fátima Bernardes e os livros best sellers Papai é Pop, que foi traduzido para inglês e espanhol, e Papai é Pop 2. A primeira história foi lançada em 2015 sem pretensão de se tornar um sucesso de vendas.

“Achei que sairiam poucas cópias, mas via o livro como uma ótima fotografia da vida da minha família naquele momento”, fala Piangers, sobre o clã formado por ele, a esposa e autora, Ana Cardoso, e as filhas Anita, de 13 anos, e Aurora, de 7. A produção começou com um registro de frases das pequenas no bloco de notas do celular.

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“Faço isso desde que elas nasceram e depois transformo as anotações em textos”. Com o sucesso do primeiro livro, Piangers passou a postar seu conteúdo em “pílulas” no Instagram, no Facebook – onde chegou a mais de 3 milhões de curtidas – e no YouTube.

O catarinense atribui a boa venda do Papai é Pop a mudanças geracionais. “O livro encontrou uma audiência que acredita que homens não são menos masculinos se cuidarem dos filhos, trocarem fralda, lavarem louça ou participarem de uma construção familiar moderna. Do ponto de vista social, é transformador ser assim.”

O autor enxerga a ida das mulheres para o mercado de trabalho como uma chance para os homens terem maior presença afetiva dentro do lar – e é justamente abordando esses assuntos que Piangers se destaca. Ele afirma mirar o conteúdo em homens que desejam ser diferentes.

Por meio desse discurso, busco dar um caminho a caras que querem se transformar. Estamos redesenhando o que podemos ser e é uma verdadeira violência quando você tem o desejo de mudar, mas não pode.

Marcos Piangers

Para ser um paizão presente, Piangers sugere uma dica geral: conviver mais com os filhos. “A gente inventou uma coisa chamada tempo de qualidade para justificar quando ficamos só dois minutinhos com as crianças. Não existe tempo de qualidade se não houver quantidade”, argumenta.

Segundo o youtuber, é preciso estar junto, contar histórias, perguntar sobre a escola, ir em reuniões com professores, levar as crianças ao pediatra, ou seja, ter interesse em acompanhar o desenvolvimento dos filhos. “Alguns pais são muito focados em produtividade no trabalho e querem trazer isso também para a família, mas não funciona assim. Ser pai é estar disponível e presente.”

Entre os projetos para o próximo ano, Piangers adianta que seus ensinamentos e aventuras de paternidade devem chegar às telonas. O escritor queridinho da internet vendeu os direitos de Papai É Pop para o cinema, e o roteiro já está pronto. “Temos atores interessados”, diz, sem poder comentar muito sobre o projeto. A seu ver, a melhor parte da novidade é a chance de unir, ainda mais, pais e filhos.

“Na cultura pop, muitas vezes o pai é representado como um autoritário, ausente ou um bobão. É incrível poder criar uma imagem diferente, de alguém que está junto, sempre lá para os filhos, e como é legal ser assim”, afirma.

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