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Do IVV para a vida: 9 lições de empreendedorismo de Ariela e Edu Nobre

Com sete empreendimentos na área gastronômica, jovens compartilham lições para equilibrar negócios e amor – sem perder a ternura

atualizado

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Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
Perfil Ariela e Eduardo Nobre
1 de 1 Perfil Ariela e Eduardo Nobre - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

A cena parece a mais improvável para acabar em amor. Os brasilienses Ariela e Eduardo Nobre se conheceram no Carnaval baiano, em 2015. Tiraram, duas vezes, a sorte grande: hoje, comandam sete operações gastronômicas e equilibram a vida de empreendedores com um casamento sólido. E sucesso nas duas áreas.

Embora tenham se encontrado na mais popular das festas brasileiras, os dois não se uniram graças a shows de axé e ao clima de pegação desse período. A cozinha foi o elo. Ponto em comum para quem, agora, é exemplo na área empresarial do Distrito Federal.

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Ariela e Edu Nobre tiraram a sorte grande: sucesso nos negócios e no amor

“Ele não me falou que era chef. Me deixou cozinhar quando nos conhecemos”, relembra Ariela, aos risos. “Eu acordei cedo para correr, comprei os ingredientes e fiz todo o mise en place. Levei algo a mais do que a lista solicitada. Fiquei vendo ela cozinhar e lavando a louça”, emenda Edu, que já tinha experiência em quase todas as frentes de um restaurante. À época, Ariela trabalhava com construção civil.

Os dois tinham saído de relacionamentos longos e não estavam procurando alguém. “Tanto que, quando demos esse start, pensei: ‘Nããão’”, diz a jovem. Edu havia passado 15 anos nos Estados Unidos e estava radicado em São Paulo. Do encontro inesperado, veio a parceria da vida. Logo começaram a namorar, mesmo diante das limitações geográficas.

No vinho, a verdade

Inicialmente, Edu desembarcou em Brasília apenas fazer uma visita a futura namorada. Três meses depois, e sem se desgrudar, o casal passou a dividir apartamento. Inquieto, ele sentia falta de uma ocupação. O primeiro passo foi abrir o Clube IVV, o qual tinha como lema latino in vino veritas (no vinho, a verdade, em tradução livre).

O destino estava favorável ao casal. Os astros cooperaram e, três meses depois, a dupla decidiu abrir uma loja juntos, o IVV Swine Bar.

A alcunha agrega carne suína e a bebida de Baco, essência do empreendimento da 314 Norte.

Tão certa quanto a combinação de tâmara com bacon, a casa explodiu e arrebatou os principais prêmios gastronômicos da cidade. Não demorou até ganhar extensões. A primeira delas foi chamada de Na Cozinha do IVV, espaço colaborativo que pode ser alugado para eventos. Depois, veio também um serviço de bufê para festas e casamentos.

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Em 2019, foi a vez do Iviva, empreendimento no qual saudáveis bowls e smothies roubam a cena. Tanto ele quanto o IVV ganharam, há algumas semanas, filiais dentro da Ocupação Contém, na Piscina de Ondas do Parque da Cidade.

Dois líderes natos trabalhando juntos 24 horas por dia, sete dias na semana. Sem egos. Um cachorro, três gatos e uma infinidade de histórias. O trabalho se confunde com a vida pessoal – mas eles não enxergam problema algum, pois se sentem realizados nos dois.

“Existe muita maturidade”, orgulha-se Ariela. Ao Metrópoles, os sócios mostram o caminho das pedras e compartilham lições com quem quer enveredar pelo mesmo rumo e ter como parceiro a pessoa com quem divide a vida.

1 – Saiba dizer “não”

Antes de conhecer Ariela, Edu Nobre já tinha planos de abrir uma casa em que a carne suína fosse protagonista. Ele até chegou a compartilhar a ideia com antigos chefes: ninguém menos que o casal Jefferson e Janaína Rueda, do premiado restaurante A Casa do Porco, eleito um dos 100 melhores do mundo.

Rueda, um dos mais conhecidos chefs do Brasil, fez até um convite para que o brasiliense ficasse em São Paulo. Mas Edu Nobre preferiu seguir o sonho que guardava há anos. “Eu queria abrir meu próprio negócio, e não estava me adaptando a São Paulo. Ficava indo e vindo para Brasília”, relembra. Foi preciso dizer não para ver os próprios ideais ganhando forma.

2 – Seja disruptivo

“Quando ele me falou do IVV, eu percebi que realmente faltava algo assim em Brasília”, conta Ariela.

Investir em algo diferente do usual é regra básica para quem quer montar novo negócio. “Até onde sei, não há casas específicas de uma coisa só em Brasília, como o IVV, que trabalha somente com a carne suína”, pondera Edu.

3 – Empreender como vício

“Meu maior prazer é criar, gerir e ver o lugar andando sozinho”, diz o empresário.

Tenha projetos de negócios, mas não deixe de criar e inovar. “O Iviva, por exemplo, é um projeto-piloto. Queremos ter várias casas. Na primeira, já colocamos uma câmara fria enorme para sustentar essa ideia”, emenda Ariela.

4 – Largue os preconceitos

Durante os seis meses anteriores ao clube de vinhos virar, também, o bar IVV, Edu morou na casa de Ariela enquanto ela pagava todas as contas de casa. Girl power sem medo. “Eu, sem trabalhar, vendo ela sair muito cedo, me senti incomodado. Sempre fui independente”, admite Edu. “Foi um aprendizado para nós dois, porque eu também fui muito independente e me achava autossuficiente”, complementa Ariela.

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5 – Ponha a mão na massa

Quando abriu o clube de vinhos, Edu tinha apenas um sócio. Os dois faziam tudo sozinhos. “Eu entregava as bebidas na casa de clientes pessoalmente”, diz. Foi assim, aliás, que encontrou o ponto comercial da 314 Norte, onde abriram o IVV Swine Bar. Fregueses mais antigos lembram da cena: Ariela ficava no caixa e Edu tocava a cozinha. Atualmente, os dois têm uma média de 40 funcionários diretos.

6 – Mantenha a essência

Toda empresa precisa de um limite de faturamento. Não ceda a “desejos” ou modismos apenas para ganhar mais dinheiro. Não vale o risco de perder a essência do negócio.

7 – Pense grande…

O que começou como clube de vinhos, em breve, se tornará um grupo empresarial. A ideia é expandir e, inclusive, não focar apenas o Plano Piloto.

8 – … mas entenda a hora de agir

O casal já tem outros projetos em mente e sonha em ter 10 unidades do Iviva. Mas não agirá com pressa. É preciso, primeiro, consolidar o terreno e preparar uma equipe-base de total absoluta confiança.

9 – Converse sobre dinheiro

“A palavra ‘sócia’ não faz parte do meu vocabulário. A minha esposa faz meu financeiro, sabe de todas as minhas contas. Eu gasto e ela paga”, brinca Edu. Em termos de empresa, o controle é feito por Ariela, que não teme brigar ou questionar sobre as finanças, se preciso for. Seja transparente e tenha planilhas sempre à mão. Contra contas consolidadas, não há argumentos.

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