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Conheça a cidade onde as mulheres tomaram o poder e instalaram a paz

Cherán, no México, era dominada por madeireiros e criminosos, mas as moradoras assumiram o controle e expulsaram bandidos e policiais

atualizado

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1 de 1 cheran_flickr - Foto: Flickr

No coração de um dos estados mais violentos do México, onde o crime organizado tem mais poder que o governo, uma cidade vive longe da violência e da máfia. O lugar é comandado exclusivamente por mulheres e foram elas mesmas que expulsaram os bandidos, os madeireiros e ainda a polícia e os políticos, em uma tacada só.

A cidade é Cherán, que até 2011 vivia mergulhada em assassinatos e sequestros. Homens mascarados extorquiam comerciantes e o medo dominava os moradores. Além disso, vira e mexe tinham que engolir os caminhões carregados de madeira, tirada ilegalmente das florestas locais. Na época, os madeireiros já estavam aproximando-se da nascente de água de Cherán.

“Se você corta as árvores, há menos água. Nossos maridos têm gado, onde eles beberiam água se não tivesse nascente?”, indagou Margarita Elvira Romero, uma das conspiradoras, em entrevista à emissora britânica BBC.

A primeira tentativa foi pacífica: tentaram dialogar com homens armados, mas elas acabaram perseguidas e agredidas. Foi aí que bolaram um plano de ataque.

O chamado “levantamiento de Cherán” ocorreu em abril de 2015. As mulheres pararam os caminhões dos madeireiros e fizeram alguns homens como reféns. Elas contam que alguns moradores raivosos precisaram ser convencidos a não enforcar os bandidos. “Todos corriam na rua com facas na mão”, contou Melissa Fabian à publicação, que tinha 13 anos na época.

Como os moradores desconfiavam de que a polícia estava aliada com os bandidos, expulsaram os dois grupos. Partidos políticos também foram banidos porque, segundo as novas líderes, dividiam a população.

Hoje, Cherán, que tem cerca de 20 mil habitantes, tem autonomia do governo mexicano e cada um dos seus quatro bairros possui um representante. A segurança da cidade é feita por rondas armadas e pontos de patrulha. No último ano, a cidade não registrou um único assassinato ou sequestro, algo incomum no estado.

Os terrenos atualmente são comunitários – as famílias administram, mas não têm posse – e a floresta que era alvo de madeireiros é vigiada em todo o perímetro.

A história completa pode ser conferida aqui.

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