Apesar de ser uma das maiores expressões da cultura brasileira, o Carnaval já foi sinônimo de constrangimento para boa parte da população. No entanto, músicas e fantasias que perpetuam comportamentos machistas, racistas, misóginos ou considerados apropriação cultural não são mais tolerados, tanto pelos que promovem quanto pelos que curtem o festim.
Em Belo Horizonte, por exemplo, a própria prefeitura lançou, neste ano, uma cartilha de práticas não racistas para esse período. O texto traz uma série de orientações para a adoção de ações não discriminatórias durante a folia, que passam pelas fantasias, marchinhas e, claro, atitudes.
Entre as recomendações, está a de não se vestir de mulher, especialmente direcionada a homens cis.
“Além de ser machista e desrespeitoso com as mulheres”, a fantasia é “preconceituosa com as pessoas trans e apenas reforça os estereótipos de gênero”, explica a publicação.
O material também chama atenção para a prática de blackface, quando pessoas brancas são pintadas de preto para caricaturar a população negra; uso de trajes que desconsiderem a história da cultura cigana; e pede respeito à comunidade LGBTI e às mulheres.
“Toda forma de desrespeito e depreciação vai contra princípios dos direitos regidos pela Constituição e pelo Estatuto da Igualdade Racial”, diz o material.
De acordo com a prefeitura, a nota veiculada no Diário Oficial do Município (DOM) visa fomentar um ambiente de respeito e sem práticas racistas. Além da publicação oficial, o texto será compartilhado com os blocos e demais parceiros no Carnaval mineiro.