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Pesquisa mostra que mau hálito pode ser herança genética

Para algumas pessoas, escovar os dentes não é o suficiente. Uma mutação no DNA pode ser a causa do bafo

atualizado

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mulher bafo mau hálito
1 de 1 mulher bafo mau hálito - Foto: iStock

Todo mundo tem aquele amigo que vira e mexe precisa de uma bala de menta, um chicletinho ou uma boa escovação dentária. Na época da escola, surgem apelidos maldosos como “bafo de onça”.

Em alguns casos, a solução está na escova de dentes ou no creme dental, em outras, nem assim. A halitose (nome científico para o mau hálito) não é uma doença, mas um sinal de que há algo errado com a saúde. No Brasil, três a cada 10 pessoas sofrem com o problema, totalizando um número de cerca de 50 milhões de pessoas.

As causas são diabetes, infecção no estômago ou esôfago, inflamação na gengiva, placa de bactérias localizada na língua (saburra lingual), doenças periodontais, falta de salivação e até mesmo o estresse. Sendo assim, o problema deve ser identificado para que seja realizado o tratamento correto.

Agora, pesquisadores publicaram um estudo no jornal Nature Genetics, mostrando que o mau odor bucal pode ser genético. Mutação no DNA forma uma proteína responsável por criar substâncias causadoras do mau hálito.

Para chegar a esse resultado, os cientistas analisaram amostras da boca, da urina e do sangue de cinco voluntários de diferentes nacionalidades (portuguesa, alemã e holandesa) que sofriam com o problema. Em comum, as pessoas estudadas tinham a mutação em um mesmo gene, responsável pela proteína SELENBP1.

Segundo os estudiosos, essa proteína é responsável por quebrar o metanotiol, composto químico responsável pelos odores. Sendo assim, quando a quebra não acontece como deveria, o mau cheiro fica mais evidente.

“Dá para sentir uma amostra do cheiro do metanotiol em flatulências humanas ou em um pedaço de queijo francês”, explicou Huub Op den Camp of Radboud, co-autor do estudo, ao site Seeker.

Em outro ponto analisado, apenas uma das mutações teve origem no gene materno, as outras vieram como herança do pai. Os pesquisadores calculam que uma em cada 90 mil pessoas pode ter o problema genético.

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