Os brasilienses estão acostumados a frequentar clubes e piscinas nessa época do ano, em que as temperaturas alcançam recordes elevados e a umidade relativa do ar está baixíssima. Depois de mais de cinco meses fechadas, o Governo do Distrito Federal decretou a reabertura das piscinas para práticas desportivas e recreativas. No entanto, com a pandemia do novo coronavírus, a opção para aplacar o calor tornou-se um dilema por conta do risco de contaminação com a doença.
De acordo com a infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital de Águas Claras, a Covid-19 não é transmitida pela água. Ainda assim, é preciso atenção em relação a possíveis aglomerações de alunos e docentes.
“Os componentes utilizados para tratamento físico e químico da piscina, incluindo o cloro, são suficientes para matar o vírus. Portanto, devemos nos preocupar menos com a água e mais com as pessoas que estão ao nosso lado”, explica a médica.
Em relação às piscinas de condomínio, a infectologista recomenda compartilhar apenas com pessoas do mesmo círculo domiciliar. “Mesmo assim, ainda é preciso manter as precauções fora da piscina, como máscara, higiene de mãos e distanciamento”, alerta Ana.
Aulas
Após o início da pandemia, a quantidade de alunos da personal trainer e professora de natação Thais Helena foi reduzida drasticamente. Docente de crianças de seis meses a 12 anos, ela afirma que também é preciso analisar o convívio dos pequenos com pacientes de risco antes do retorno, além de evitar a interação entre elas fora da piscina e sem proteção.
{{#values}}{{#ap}} {{/ap}}{{^ap}} {{/ap}}{{/values}} “Antes, eu trabalhava em grupos. Agora, tenho que atender no máximo dois alunos da mesma família. Pelo menos 10 alunos meus não voltaram com as atividades por serem pequenos e morarem com idosos”, explica a profissional.
O professor de natação e personal trainer Jocelio Rodrigues salienta que, além das regras impostas pelo GDF, efetua outras medidas em aulas infantis. “Recomendo sempre uma ducha antes de entrar na piscina e uso de máscara de acrílico transparente dentro da água, no caso dos alunos menores”, elenca.
O anúncio do retorno da natação desportiva e recreativa incitou novos adeptos a procurarem o esporte. De acordo com Thais, houve aumento na busca por aulas, embora seja um número irrisório perto da quantidade pré-pandemia. “A procura veio logo que liberaram as piscinas para esporte, sobretudo por pessoas que irão prestar concurso público e pais que viram seus filhos ganharem peso nos últimos meses”, diz.
De acordo com o profissional, o retorno das atividades aquáticas é necessário para manter a qualidade de vida dos usuários, sobretudo aqueles que realizam apenas essa modalidade esportiva. “Se medidas bem pensadas tivessem sido adotadas no início, não teria sido necessário a interdição das piscinas”, lamenta o professor.
Regras
A medida promulgada pelo governo local explicita o cuidado com o distanciamento e outros fatores. Segundo o documento, os atletas precisam respeitar o distanciamento de 2,5 metros ao ocupar intercaladamente raias e bordas e o espaço das piscinas precisa ser aberto com circulação livre de ar.
Além disso, deve ser restringido o número de frequentadores nas áreas de circulação, evitando o contato entre as pessoas. Na área de treino, a ocupação máxima fica restrita a uma pessoa a cada quatro metros. O empréstimo de material e equipamentos também foi proibido, assim como a permanência de mais de duas pessoas em banheiros e vestiários. Esses locais precisam ser totalmente higienizados duas vezes ao dia, por, pelo menos, 30 minutos.
O retorno da atividade dos espaços ocorreu após pedido das comunidades de esporte do DF. A interrupção funcionamento ocorreu em março.