Como saber se estou bebendo demais na quarentena?

Médico explica qual a ingestão considerada dentro do padrão da OMS e alerta sobre malefícios do excesso de álcool

Rebeca Oliveira
Compartilhar notícia

Por conta do isolamento social devido à pandemia de coronavírus, os bares estão fechados em diversas partes do mundo. Isso não impediu a população de continuar consumindo bebida alcoólica – e, muitas vezes, de maneira excessiva.

Segundo a empresa de consultoria Nielsen, a venda de vodca, cerveja e uísque subiu até 41% durante a quarentena em países europeus. Nas redes sociais, postagens no Instagram e Twitter indicam que o hábito está cada vez mais comum, o que ligou o sinal de alerta em médicos.

“Hoje, a Organização Mundial de Saúde recomenda uma ingestão moderada que não passe de 30 g ao dia. Para termos uma noção mais palpável, uma lata de cerveja tem 17 g, uma dose de destilado 25 g”, explica Marcos Pontes, clínico geral e coordenador da Clínica Médica do Hospital Santa Lúcia Norte

A ansiedade gerada pelo avanço da Covid-19 e demais fatores emocionais causados pela quarentena se somam a um cenário no qual quem exagera no consumo de bebidas alcoólicas tem resultados negativos.

“O álcool é extremamente tóxico ao nosso organismo. O uso excessivo pode causar, a curto prazo, efeitos agudos, gerando os sintomas apresentados na famosa ressaca, como cefaleia, náuseas, vômitos e dor abdominal”, explica.

A longo prazo, a bebida traz consequências ainda maiores e mais graves, “como a dependência, problema de saúde pública que acomete milhares de pessoas, assim como a cirrose, uma lesão hepática permanente e que pode facilitar o desenvolvimento de câncer no fígado”, explica.

Mulheres são mais vulneráveis?

Para as mulheres, a situação pode ser ainda mais preocupante.

“Ao que parece, algumas enzimas hepáticas que participam do metabolismo alcoólico e, consequentemente, na eliminação do organismo, apresentam um funcionamento em menor ação nesse público”, salienta Pontes.

Caso, ainda assim, a vontade de ingerir bebida alcoólica permaneça, o médico aconselha o consumo de um cálice de vinho, pois, segundo a OMS, a quantidade é saudável e protege o coração.

Compartilhar notícia
Sair da versão mobile