Como a minha pele pode estar horrível se estou usando menos maquiagem?

Falta de rotina e maus hábitos alimentares durante a quarentena podem ser os vilões dessa história

Bruna Nardelli
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Se a pergunta “como a minha pele pode estar horrível se estou usando menos maquiagem?” também está te afligindo durante a quarentena, esta matéria pode te ajudar a entender e reverter a situação.

Uma equipe de dermatologistas se uniu para desvendar as razões pelas quais o tecido cutâneo de muitas pessoas está com a aparência ruim durante o período de isolamento social, seja pelo surgimento de cravos e espinhas, seja pela maior pigmentação das olheiras.

Confira!

Mesmo com a pandemia, você continua tocando no rosto

O toque no rosto foi advertido repetidamente pelas organizações da saúde por espalhar o coronavírus, mas também pode levar sujeira, óleo e bactérias à face, entupindo poros e causando inflamações.

“Suas mãos entram em contato com toneladas de coisas diariamente – maçanetas e telas de celular gordurosas, por exemplo – e essa transferência de bactérias pode facilmente sujar a sua pele, propiciando o entupimento e a inflamação dos poros”, afirma o médico Abdo Salomão, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Sua alimentação está péssima

Em momentos de crise e instabilidade, tudo o que queremos comer é comfort food. No entanto, ingerir muito doce, carboidrato, derivados do leite e frituras traz malefícios à pele.

Segundo a especialista Claudia Marçal, alimentos ricos em carboidratos e farinha branca aumentam a produção de insulina, substância que favorece a produção de hormônios que, assim como os alimentos gordurosos, estimulam a pele a secretar grandes quantidades de óleo e de sebo, o que aumenta a probabilidade do desenvolvimento de acne.

“Sobre o leite, diversos estudos têm relacionado o consumo excessivo dele ao surgimento da acne sob a teoria de que os hormônios do laticínio podem promover o estímulo da atividade hormonal, da inflamação e da produção de sebo e bactérias, fatores que estão diretamente associados à doença”, explica a dermatologista.

“As recomendações alimentares para pacientes com acne incluem alimentos ou suplementos contendo probióticos, ácidos graxos ômega-3, zinco, antioxidantes, fibras e vitamina A. Alimentos com zinco também têm papel importante para o controle da produção de sebo”, acrescenta Paola Pomerantzeff.

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O estresse te dominou completamente

O lado emocional e o estresse podem agravar ou desencadear dermatoses. “E esse momento de estresse e ansiedade que estamos vivendo vem desencadeando muitos problemas na pele das pessoas. Talvez o mais comum seja oleosidade e acne. O estresse e a ansiedade levam ao aumento do cortisol no organismo, hormônio que desencadeia o maior estímulo de produção nas glândulas da pele”, elucida Paola.

Além disso, as descargas constantes de adrenalina e cortisol na corrente sanguínea são capazes de potencializar o estado inflamatório das células da pele, o que prejudica o tratamento da acne.

Exercício físico e meditação são indicados para diminuir o cortisol e controlar a ansiedade. Aliás, a meditação é quase uma unanimidade nas dicas dos médicos. “A prática da meditação, pelo menos 15 minutos por dia, é bem potente para apaziguar a mente e controlar a ansiedade”, destaca Mário Farinazzo.

“Hidratação”? Oi?

Ao contrário de quem tem aproveitado o tempo livre da quarentena para cuidar da pele, algumas pessoas têm esquecido da rotina de skincare devido à ruptura da rotina. E a falta de hidratação, por exemplo, agrava (e muito!) o quadro da acne.

A dermatologista Paola Pomerantzeff revela que até pacientes com pele oleosa devem hidratar a cútis. “Você pode ter pele oleosa e propensa à acne, mas ainda não ter hidratação adequada, o que estimula o organismo a produzir mais óleo, piorando ainda mais o quadro acneico. Por isso, se você possui a pele oleosa, é necessário dosar a quantidade de água e óleo na pele, utilizando preferencialmente um hidratante oil free”, orienta.

Ela ainda recomenda que essa hidratação seja feita após a limpeza e tonificação da pele, com produtos em forma de gel ou sérum.

Seu sono está desregulado

A ansiedade e a falta de rotina estão fazendo estragos no organismo, principalmente quando o assunto é o sono. À noite, que, teoricamente, é o momento em que devemos desligar, ocorre o pico dessa ansiedade, pois não tivemos um dia equilibrado e não conseguimos processar toda essa informação. O resultado é a insônia.

Quando dormimos mal, há um aumento dos níveis de cortisol, o que leva a uma série de alterações na pele. Os médicos sugerem, portanto, regular a ansiedade com a prática de exercícios físicos e meditação para conseguir garantir as necessárias 8 horas de sono por noite.

Por fim, os especialistas lembram que é importante entrar em contato com o seu dermatologista por telemedicina, já que os problemas de pele têm causas multifatoriais que precisam ser investigadas para a escolha do melhor tratamento.

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