metropoles.com

Titica, diva trans do kuduro de Angola, chega para reinar no Brasil

Cantora brilhou no Rock in Rio ao lado da Baiana System com a canção “Capim Guiné” e despertou interesse dos brasileiros

atualizado

Compartilhar notícia

Titica
1 de 1 Titica - Foto: null

Rainha trans do kuduro em Angola, Titica chegou com tudo ao Brasil e promete finalmente afinar os laços entre os países. O single “Capim Guiné”, da Baiana System, é um estouro e põe a estrela africana suavemente dentro da novíssima música brasileira. A passagem pelo Rock in Rio foi um estrondo, com Titica sendo paparicada pela imprensa nacional e internacional, além do assédio dos fãs, que foram ao aeroporto recepcioná-la.

Amo o que faço, considero-me uma artista abençoada. Conquistei tudo o que tenho, com a minha força. Não precisei pisar em ninguém para ter a carreira que tenho. Lutei, batalhei, chorei muito e aguentei muitos insultos… Mas graças a Deus superei tudo com dignidade.

Titica
0

Titica é a primeira artista trans de Angola. Não foi nada fácil se assumir aos 17 anos. A conquista do sucesso misturou alegria e dor. Tinha lugares em que ela não podia se apresentar por ser o que é. Hoje, é assediada por todos e parte dessa felicidade veio das crianças angolanas, que percebem nela uma alegria contagiante.

As crianças foram os meus anjos. Não compro ninguém para ter sucesso. Tenho vários fãs, que me amam e apoiam incondicionalmente. Trabalho por eles.

Titica

Titica ajudou também a tirar o preconceito do kuduro, ritmo que estava atrelado à marginalidade, aos guetos. Suas canções, com forte batida eletrônica, propõem deliciosas brincadeiras com a dança. “Procura o Brinco” é uma febre e toca para além das fronteiras angolanas.

Em Angola, ela é premiadíssima. Seus videoclipes são ansiados pela imprensa e chega rapidamente à casa das centenas de milhares de visualizações. A vinda ao Brasil foi considerada histórica. Titica é a primeira artista angolana a pisar no palco do Rock in Rio.

A gravação de “Capim Guiné” ocorreu durante o mês de maio em São Paulo. Titica ficou impressionada com a politizada letra da canção. Ela vai mais para a sensualidade e para as questões de identidade do gueto. O resultado é contagiante. E põe a artista no mercado brasileiro.

Compartilhar notícia