metropoles.com

O frevo bom pernambucano se reinventa em Brasília no som da Marafreboi

Criada em Brasília, a Orquestra Popular Marafreboi já arrastou autênticos pernambucanos atrás do Galo da Madrugada, lá mesmo em Recife

atualizado

Compartilhar notícia

1 de 1 - Foto: null

O pernambucano adora encher o peito para falar as maravilhas de sua terra. Decerto, aqui e acolá, exageram quando dizem que tem “algo” ou “alguma coisa” que são as maiores (e melhores) da América Latina (quiçá, do mundo). Na maioria das vezes, estão cobertos de razão. Se o tema for cultura popular, não tem para ninguém.

É da região que foi brevemente colonizada pelos holandeses que vem o som contagiante do frevo. Agora, pense numa orquestra “estrangeira” arrancando suspiros desse povo de orgulho ímpar ao puxar os foliões no Galo da Madrugada (o maior bloco do mundo, segundo os pernambucanos)?

A Orquestra Popular Marefreboi cumpriu essa missão quase impossível. Criado em Brasília, pelo maestro Fabiano Medeiros, para matar as saudades do som da terra, o coletivo atravessou o Recife Antigo fazendo pingar o suor do folião calejado de malhar um frevo de primeira. Foi uma prova de fogo? Mais. Foi um selo de qualidade.

Fabiano Medeiros comanda o coletivo de 18 músicos

 

A reação do pernambucano foi fantástica, ao mesmo tempo em que foi um choque para parte dos músicos da Marefreboi, que não tinha a dimensão do que seria o Galo da Madrugada. Dialogamos ainda com os mestres dos frevos. Depois disso, plugamos de vez Brasília com Recife

Fabiano Medeiros

Som contagiante feito no mosaico sonoro do DF

E assim a Brasília de todos os sotaques ganhou um quadradinho pernambucano, que faz todo mundo balançar, esticar as pernas e vibrar de felicidade. A orquestra Marefreboi fez a conexão Planalto Central-Recife Antigo. São 18 músicos de diversos estados (Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Alagoas, Pernambuco) e do Distrito Federal, que põem em trânsito as influências musicais entre esses dois polos culturais.

Brasília tem essa diversidade de coexistir todos os sons. O choro é genuíno, o samba é muito ouvido, a música negra cresce. Aqui, o ciclo carnavalesco se encontrou com essa gente de todo o mundo, formando um mosaico sonoro, que acolhe bem o frevo, o maracatu e o cavalo marinho

Fabiano Medeiros
Orquestra não tem sede-escola

Com agenda que ultrapassou as fronteiras do DF, a Orquestra Popular Marefreboi tem uma rotina de ensaios que cresce à medida que a perspectiva de trabalho aumenta. Quem passa pelo Conic ouve a festa que, por vezes, vem do Teatro Dulcina de Moraes, onde eles se encontram constantemente. Não possuem, no entanto, uma sede, onde funcionaria, por exemplo, uma escola para jovens talentos, tão comum em Recife.

A política cultural do DF não percebeu essa força ainda

Fabiano Medeiros

 

Compartilhar notícia