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O Cena Contemporânea que Guilherme Reis jamais vai esquecer

Um dos maiores grupos de teatro do país, o Galpão teve quase todo o recente repertório visto em Brasília graças ao Cena. Guilherme diria que é um caso de amor

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O secretário de Cultura do GDF, Guilherme Reis, tem uma agenda apertadíssima. Neste ano, quase que não deu para ele acompanhar o Cena Contemporânea, festival que criou em 1995, num período onde Brasília era uma ilha teatral.

Da programação intensa da mostra internacional, conseguiu ver somente três atrações: “O Filho” (Vertigem/SP), “A Floresta que Anda” (Christiane Jatahy/RJ) e “Ex – Que Reinventem Los Actores” (Complot/Uruguay).

Sem acompanhar as escolhas da curadoria (por razões éticas, ele precisou se desligar da produção do festival), Guilherme se transformou num espectador de última hora, que se surpreende com as montagens do ponto de vista de quem está na poltrona. É dali que respira fundo, exercita o desapego e entende a dimensão que o Cena Contemporânea tomou. No domingo (04/09), o festival despediu-se do DF com público estimado em 15 mil pessoas.

Renato Araújo/Agência Brasília.

É uma felicidade, um orgulho saber que o festival mantém temas atuais em pauta, numa potência única, no qual o teatro está no centro de tudo. Ao mesmo tempo, vejo que os caminhos deixados são seguidos numa programação densa e forte

Guilherme Reis

Da plateia, é difícil remexer com as memórias. São tantas histórias e emoções guardadas que o desafio dado pelo Metrópoles lhe parece doloroso. A ele, pedimos 10 momentos inesquecíveis nesses 20 anos de festival. Foi sofrido, mas, ao final, Guilherme ficou diante de um relicário de afetos.

1)      O primeiro Cena

Cena 1995

Foi, em 1995, em parceria com a Fundação Athos Bulcão.Ali, a gente entendeu a urgência do festival para a cidade. Havia uma ansiedade. Os teatros ficaram lotados

2)      O festival de 2003

Um festival todo de programação nacional realizado dentro do CCBB. Reunimos grandes grupos e criadores. O CPT, de Antunes Filho, o grupo Armazém com o inesquecível “Alice Através do Espelho”.

Tinha ainda o Grupo Teatro XIX, na época uma novidade, com “Hysteria”, um dos grandes espetáculos que passou pelo Cena. Mariana Lima fez “A Paixão Segundo GH”, um dos momentos mais emocionantes da edição. Uma das sessões foi assistida pelo então empossado Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que viu a tudo de olhos marejados.

3)      A primeira vez…

Alguns grupos viajaram pela primeira vez com seus espetáculos por meio do Cena, que sempre teve essa característica acolhedora. O Premiado “O Jardim”, da Cia. Hiato, de São Paulo, foi um deles

4)      O parceiro Galpão

O espetáculo “Till – A Saga de um Herói Torto” na Praça do Museu

Um dos maiores grupos de teatro do país, o Galpão teve quase todo o recente repertório visto em Brasília graças ao Cena. Guilherme diria que é um caso de amor

5)      O teatro iraniano

iran

Sem referências, o público brasiliense ficou diante do trabalho tocante do grupo Mehr Theatre, um espetáculo encantador

“Dance on Glasses”, uma montagem que revelava um duelo, uma tensão entre um homem e uma mulher diante mesas que dividiam a plateia. O jovem diretor Amir Reza Koohestani, de 27 anos, não veio a Brasília, em 2005, porque tinha quer prestar serviços obrigatórios ao Exército iraniano.

6)      A vinda de Kama Ginkas

Ginkas

Um dos maiores diretores de teatro da Europa, o russo Kama Ginkas veio para Brasília com uma montagem que foi uma sensação em 2006 e promoveu um corre-corre ao Espaço Cultural Renato Russo, que teve uma estrutura montada para a montagem. Na intimidade de uma casa, todos queriam ficar diante da atriz Okasana Myssina em K.I de Crime e castigo, inspirada na obra de Dostoievski. Nos bastidores, Ginkas ficou conhecido pela paixão imediata por caquis.

7)      O Teatro Poema japonês

Kagemi

Em 2007, a Sala Villa-Lobos não coube de gente para assistir à obra do grupo Sanka Juku (Japão). Boquiabertos, os espectadores testemunharam um sonho. O grupo de butô desenhou no palco um poema jamais esquecido por quem presenciou

Nos bastidores, técnicos de Brasília ficaram impressionados com a velocidade com que o grupo montou um espetáculo tão complexo.

8)      Angelica Liddell, a sensação

El ano de ricardo

A dramaturga, atriz, performer e escritora espanhola está em alta na América do Sul. Neste ano, voltou ao Cena com “Hysterica Passio”. Mas a sensação foi “El ano de Ricardo”, quando veio a primeira vez ao Brasil

O texto passou de mão em mão depois que a montagem foi realizada na cidade.

9)      Os Shows no Museu

angelique

O Cena deu vida aos vãos dos museus com shows grandiosos como o de Angélique Kidjo, uma das grandes estrelas da música internacional, e o apaixonante grupo colombiano Puerto Candelária

10)   Os amores do Cena

Diego Bressani/Divulgação

O Festival é ponto intenso de encontros e intercâmbios entre artistas. A partir do show de Ellen Oléria com cubana Yusa, nasceu uma parceria na qual uma gravou no disco da outra. Há também a história de amor de Gabriel F., à época um jovem ator trabalhando no receptivo do cena, com o bailarino espanhol Igor Calonge. Hoje, os dois são companheiros e fazem um teatro tocante, como o da montagem “Naufragé(s)”, que veio à cidade neste ano.

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