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PF prende “coiotes” que cobravam R$ 114 mil pra levar brasileiros aos EUA

Entre os presos, há ex-prefeitos, um prefeito eleito e um vice-prefeito em final de mandato, todos de cidades mineiras

atualizado

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Divulgação/PF
Polícia Federal
1 de 1 Polícia Federal - Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (3/12), a  terceira fase da Operação Policial Cai-cai, para combater promoção de migração ilegal para os Estados Unidos. Os brasileiros eram levados aos EUA por “coiotes”, que cobravam cerca de US$ 22 mil, equivalente a R$ 114 mil.

A PF cumpre 11 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Governador Valadares e cumpridos em Minas Gerais. Entre os presos, há ex-prefeitos, um prefeito eleito e um vice-prefeito em final de mandato, todos de cidades da região de Governador Valadares.

Se condenados, os presos e demais investigados podem cumprir até 16 anos de reclusão; sujeitos a aumento de pena, condicionado à quantidade de crimes imputados a cada um deles. Na primeira fase da Operação Cai-cai, um dos réus foi condenado a 127 anos, tendo sido identificados 270 crimes.

A ação tem apoio da Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega – Homeland Security Investigations (HSI), na Embaixada dos EUA em Brasília.

Investigações

As investigações, que fazem parte de ação de cooperação policial internacional contra o tráfico de pessoas, tiveram início em outubro de 2019, após recebimento de três notícias de crime diferentes, enviadas por três unidades distintas da PF, localizadas em três estados, tendo em comum os mesmos suspeitos de promover a emigração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos, demonstrando a amplitude da atuação dos envolvidos.

A PF apurou que os investigados se dedicam intensamente à prática dos crimes de promoção de migração ilegal, associação criminosa e envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior, cobrando até 22 mil dólares (cerca de R$ 114 mil) por interessado.

Os viajantes, sob sérios riscos, enfrentavam condições desumanas, eram forçados a corromper autoridades da imigração mexicana e ficavam submetidos aos guias denominados coiotes – criminosos, majoritariamente armados, responsáveis pela definição das rotas arriscadas de travessia de fronteira.

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