metropoles.com

Médicos tiram dúvidas sobre vacinação contra Covid de imunossuprimidos

A recomendação é que os pacientes se vacinem para evitar quadros graves de Covid-19. No entanto, situações específicas devem ser avaliadas

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
Vacinação de professores no Guará
1 de 1 Vacinação de professores no Guará - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A atual fase da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil coloca as pessoas imunossuprimidas como grupo prioritário, pois elas têm o sistema imunológico mais debilitado, sendo mais vulneráveis ao desenvolvimento de quadros graves da doença.

Artrite reumatoide, lúpus, HIV, doenças inflamatórias intestinais e outras condições adquiridas ou congênitas são algumas das comorbidades que debilitam o sistema imunológico. Assim como o uso crônico de corticoides e outros medicamentos que são denominados de imunossupressores.

Além de tornar o corpo mais propenso a infecções, a imunossupressão pode reduzir a resposta do organismo às vacinas, mas isso não significa que esses pacientes não devam se vacinar. Pelo contrário, a vacina se torna ainda mais necessária. “A gente sabe que esse paciente, provavelmente, terá uma resposta menor. No entanto, qualquer produção de anticorpos é melhor do que não produzi-los”, afirma a infectologista Ana Helena Germoglio.

Veja perguntas e respostas sobra a vacinação do grupo de imunossuprimidos:

O que é imunossupressão?

A imunossupressão é o enfraquecimento do sistema imunológico, responsável por proteger o corpo contra infecções. Ela pode ser causada pelo envelhecimento – quando o corpo perde gradativamente a eficiência deste sistema –, por hábitos prejudiciais à saúde – como alimentação desequilibrada, consumo de álcool ou tabagismo – ou por doenças adquiridas ou congênitas e pela ação de alguns medicamentos.

No caso da vacinação, os grupos a serem contemplados são os usuários de medicamentos imunossupressores e os que possuem doenças.

Em que situação a vacina não é indicada para este grupo?

Pacientes de doenças imunossupressoras ou autoimunes, e que fazem uso de medicamentos imunossupressores, só devem tomar a vacina se a doença estiver sob controle. “Se o paciente toma a vacina, mas a doença não estiver controlada e ele apresentar a exacerbação de algum sintoma, a gente não vai saber se é da doença de base ou de algum efeito adverso à vacina”, explica a infectologista Ana Helena.

Ela dá como exemplo o lúpus, que em atividade provoca febre e derrame articular; e a pneumocistose, a condição mais grave da pneumonia que pode acometer pessoas com HIV. “Primeiro, é necessário controlar a doença para, em seguida, poder administrar a vacina no paciente”, afirma.

O câncer é uma doença imunossupressora?

Não é o câncer que provoca a imunossupressão, mas sim alguns tratamentos, como a quimioterapia, que tem como um de seus efeitos colaterais a redução da imunidade.

O médico Lucianno Santos, da Oncologia D’Or, da Rede D’Or, esclarece que outros tratamentos oncológicos, como a imunoterapia, tratamentos hormonais e drogas orais não reduzem a imunidade do paciente.

Pacientes em quimioterapia devem se vacinar?

Sim. O risco do paciente com a imunidade reduzida devido a quimioterapia ter um quadro grave de Covid-19 é muito superior à possibilidade de uma reação à vacina, esclarece Lucianno. “Indiscutivelmente, o risco maior para o paciente é ele não estar vacinado, pegar a Covid e ter um quadro grave. A vacina serve justamente para evitar que o paciente tenha as formas graves da doença”, detalha.

Pessoas em quimioterapia devem suspender o tratamento para ter uma melhor resposta à vacina?

Não. A recomendação geral é de que as pessoas em quimioterapia evitem tomar a vacina no mesmo dia do tratamento para garantir uma melhor resposta do imunizante. Mas cada caso deve ser analisado individualmente, entre médico e paciente.

“Tenho feito a recomendação de maneira individualizada. Tem pacientes que peço para se vacinarem antes da quimioterapia. Outros, para fazer de sete a dez dias após a aplicação da quimioterapia. O importante é que ele receba a vacina”, conta o médico da Rede D’Or. “Cada paciente precisa conversar com o seu oncologista antes da vacinação. Essa é a melhor forma de evitar problemas”, destaca.

Outros tratamentos imunossupressores devem ser suspensos para a vacinação?

A principal recomendação é de não suspender os tratamentos nem antes nem após a vacina, mas cada caso deve ser tratado individualmente. “Para alguns medicamentos, o ideal é vacinar 30 dias antes da próxima dose. Mas na dúvida, o melhor é procurar o médico que conduz o tratamento para se orientar”, esclarece Germoglio.

Saiba como as vacinas contra Covid-19 atuam:

0

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?