HTLV: o que você precisa saber sobre o vírus chamado de primo do HIV

O vírus é transmitido através da amamentação e por relações sexuais. A maioria das pessoas com sorologia positiva não apresenta sintomas

Bethânia Nunes
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Pouco conhecido, o HTLV é um retrovírus da mesma família do HIV, possuindo em comum as mesmas formas de transmissão. Muitas vezes ele é descrito como “primo” do vírus causador da AIDS, mas eles se manifestam de formas bem diferentes nos pacientes.

Existem quatro subtipos do vírus HTLV, os mais comuns são o HTLV 1 e 2. Cerca de 5% dos pacientes desenvolvem mielopatia associada ao HTLV-1, uma síndrome neurológica crônica.

Entre 3% e 5% das pessoas infectadas desenvolvem um linfoma de células T, quadro conhecido como leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL).

Outra parcela pequena dos pacientes pode ter doença inflamatórias de menor gravidade, principalmente, nos olhos.

Não existe um tratamento específico para a infecção por HTLV, ele é direcionado de acordo com a doença que cada paciente desenvolve.

A infectologista Ana Helena Germoglio esclarece, entretanto, que os casos nos quais o vírus provoca doenças são raros. “A maior parte dos pacientes permanece apenas com a sorologia positiva, sem desenvolver manifestações de doença”, afirma a médica infectologista Ana Helena Germoglio.

O Ministério da Saúde recomenda que todo indivíduo acometido seja assistido por uma equipe multidisciplinar que inclua neurologista, infectologista, urologista, dermatologista, oftalmologista, além de fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos.

Transmissão e prevenção

A transmissão do HTLV ocorre principalmente de uma mãe infectada para o recém-nascido durante a amamentação, em relações sexuais sem preservativo com um parceiro infectado ou com o compartilhamento de seringas e agulhas.

O uso da camisinha masculina e feminina é o método mais indicado para a prevenção nas relações sexuais.

Diagnóstico

O diagnóstico do HTLV é feito em duas etapas. Primeiro é feito um exame de sangue simples de triagem para a detecção de anticorpos específicos.

Quando o resultado é positivo, os pacientes devem fazer um novo exame de confirmação que poderá ser realizada pelo teste de Western-blot (WB), Innolia e/ou um teste do tipo PCR, ou imunoflorescência indireta. O WB e o PCR são confirmatórios e distinguem o subtipo da infecção.

Os exames devem fazer parte da rotina de testagem das gestantes no pré-natal. Caso seja positiva para HTLV, a amamentação é contraindicada, como destaca a infectologista.

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