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Entenda por que a Covid-19 deixa as pessoas sem olfato e paladar

Os dois sintomas são comuns em pacientes com quadros leves e moderados da doença e devem ser observados por médicos durante o diagnóstico

atualizado

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1 de 1 abre_corona - Foto: Metrópoles

As pesquisas têm revelado que perdas temporárias de olfato e de paladar estão entre os sintomas mais frequentes de pacientes contaminados pelo novo coronavírus. Embora também aconteçam em outras doenças respiratórias, a anosmia e a disgeusia são importantes sinais da Covid-19 e não devem ser ignoradas durante a triagem de diagnóstico.

O médico José Antonio López Escamez, da Universidade de Granada, na Espanha, explica que o Sars-CoV-2 utiliza basicamente duas proteínas da superfície das células para invadi-las. O vírus conta com uma proteína em sua superfície chamada proteína S (spike), que funciona como uma “chave”, ligando-se a ACE2 e a TMPRSS2 das células.

“Nesse momento, a protease TMPRSS2 entra em ação, uma enzima que corta a proteína S em dois fragmentos (S1 e S2), permitindo que o vírus entre em um processo conhecido como endocitose”, escreve o pesquisador. Após entrar nas células, o coronavírus forma uma espécie de escudo com uma membrana celular e “tem caminho livre para a invasão”, escreve o especialista no artigo Por que a doença de Covid-19 nos faz perder o cheiro e o paladar?, no site The Conversation.

Cheiro e gosto
A narina do ser humano é revestida com um tecido chamado de epitélio olfativo. Ele é dividido em três tipos de células, entre elas as de suporte. É por meio desse tipo de célula, que apresenta alta expressão de ACE2 e de TMPRSS2, que o Sars-CoV-2 infecta o corpo. Na vizinhança, estão as células sensoriais olfativas, que acabam sendo destruídas pelo invasor.

As papilas linguais, por sua vez, são as responsáveis por nos permitirem distinguir os sabores. Essas estruturas têm receptores chamados de papilas gustativas, compostas por três tipos de células: células receptoras do sabor, células de suporte e células precursoras ou basais. Apesar de não ser possível identificar o nível de expressão das proteínas ACE2 e TMPRSS2 nas papilas linguais, é provável que o vírus atue nelas da mesma maneira que age no nariz.

A boa notícia é que as sensações são recuperadas naturalmente, com o corpo voltando a fabricar as células sensoriais. O olfato retorna em, no máximo, dois meses. O paladar demora menos, de 10 a 14 dias.

 

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