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Crianças da zona rural são menores do que as das cidades no Brasil

Levantamento publicado na revista Nature sobre saúde de crianças e adolescentes mostra diferenças no desenvolvimento infantil

atualizado

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Fotografia de mulher loira, de jaleco branco, medindo a altura de uma criança de camisa vermelha, que está de costas - Metrópoles
1 de 1 Fotografia de mulher loira, de jaleco branco, medindo a altura de uma criança de camisa vermelha, que está de costas - Metrópoles - Foto: GettyImages

Um artigo publicado na revista Nature, na última quarta-feira (29/3), revelou que as crianças criadas em zonas rurais estão, pela primeira vez no último século, se aproximando de um desenvolvimento semelhante ao das que foram criadas nas cidades. Os dados do Brasil, porém, ainda mostram um amadurecimento díspar entre as que cresceram no campo e no ambiente urbano.

De acordo com o estudo, enquanto no campo permanece a preocupação com a subnutrição no desenvolvimento de crianças e adolescentes, nas cidades é o crescimento da obesidade infantil que chama a atenção dos especialistas em saúde.

No Brasil, persiste uma diferença de altura entre um cenário e outro. As meninas criadas na cidade são em média 1 centímetro mais altas do que as que viveram seus primeiros anos em contexto rural. No caso dos meninos, eles chegam a ser quase 2 centímetros mais altos quando criados em ambiente urbano.

Peso mais baixo

Também há diferenças na massa corpórea. As crianças da zona rural têm, em média, até dois quilos a menos do que as criadas em ambiente urbano e, embora em ambos os casos o IMC (índice de massa corpórea, calculado com a divisão da altura em centímetros pelo peso em quilos) seja considerado saudável, no caso das crianças e jovens do campo o número fica mais próximo da subnutrição.

A diferença atual, embora persistente, mostra uma sutil queda. Nos dados coletados em 1990, a diferença de peso e altura entre as crianças de um ambiente e outro chegava a ser o dobro da que é atualmente registrada.

Panorama internacional

Liderada pelo Imperial College de Londres, a pesquisa analisou dados de outros 2,3 mil estudos e acompanharam o crescimento e o ganho de massa corpórea de 71 milhões de crianças, tomando como anos de referência 1990 e 2020, em 194 países ao redor do mundo.

Em nível global, crianças criadas em meio rural estão chegando às mesmas médias de altura e de massa corpórea de crianças da cidade e, inclusive, superando-as em alguns países. A aproximação, porém, não foi sentida em todo o mundo. Em países da África Subsaariana, do Sudeste Asiático e do Oriente Médio, permanecem grandes diferenças favoráveis às crianças que se desenvolveram em ambiente urbano.

Vantagem da zona rural

Em países com alto desenvolvimento econômico, como o Reino Unido, a Bélgica e a Holanda, os gráficos apontam que há uma diferença positiva para crianças que foram criadas no campo, sendo um pouco mais altas e com um IMC mais adequado do que as pessoas de 5 a 19 anos de contexto urbano. Os investigadores acreditam que isso seja uma consequência de um maior sedentarismo de crianças em cidades destes países.

Contribuíram com a pesquisa 37 instituições brasileiras, especialmente universidades federais, mas também hospitais de atendimento infantil e até secretarias estaduais de saúde.

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