Um levantamento de dados conduzido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos aponta que os imunizantes contra a Covid-19 desenvolvidos pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna são seguros para gestantes. A partir da análise das informações referentes a 35 mil mulheres grávidas, o estudo indica que as taxas de aborto espontâneo, natimortos, complicações, defeitos congênitos e partos prematuros entre o grupo foram equivalentes às das grávidas que não tomaram nenhuma das duas vacinas.
Os pesquisadores ainda não têm dados oficiais sobre a quantidade de grávidas que foram imunizadas contra o coronavírus nos EUA até o momento. A vacina foi aplicada, principalmente, em profissionais de saúde que optaram por receber os imunizantes, sob o entendimento de que os benefícios valiam mais do que os riscos de serem contaminadas. O artigo foi publicado na revista científica New England Journal of Medicine.
Cerca de 86% das participantes tiveram filhos nascidos vivos e saudáveis – sobretudo as vacinadas no terceiro trimestre. A maioria das voluntárias do grupo de vigilância relatou dor no local da injeção, mas as reações mais graves foram menos comuns.
Gestantes se mostraram mais propensas a dores no local da injeção, com ambas as vacinas, porém relataram menos outras reações adversas do que as mulheres não grávidas.
Por volta de 13% das voluntárias relataram abortos espontâneos, menos de 1% de natimortos, 9% de nascimentos prematuros e 2% de defeitos congênitos. Todas essas taxas estão dentro da mesma faixa observada em relatórios de mulheres grávidas em períodos anteriores à pandemia.
Na terça-feira (20/4), a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva aprovou a vacinação contra a Covid-19 em grávidas, com base em evidências que vêm sendo avaliadas há mais de um ano. Em um comunicado, a entidade afirmou que “todos, incluindo mulheres grávidas e aquelas que desejam engravidar, devem tomar a vacina contra a Covid-19. As vacinas são seguras e eficazes”.
Embora as gestantes tenham sido excluídas dos estudos que levaram à autorização de uso emergencial para as vacinas contra o coronavírus, as constatações do novo estudo do CDC não mostraram nenhum efeito colateral, mesmo em mulheres que não sabiam que estavam grávidas quando se inscreveram para participar do levantamento, segundo o relatório.
Pesquisas anteriores já demonstraram que grávidas infectadas com o Sars-CoV-2 têm riscos elevados de complicações, incluindo hospitalização em terapia intensiva, partos prematuros e morte. Tom Shimabukuro, principal autor do estudo, afirmou que o monitoramento contínuo e mais evidências são necessárias, “incluindo em mulheres que recebem vacinas contra a Covid-19 nos primeiros estágios da gravidez”.
No Brasil, as principais instruções para quem está planejando uma gravidez, gestantes e mulheres que acabaram de dar à luz (puérperas) estão no Manual de Recomendações para a Assistência à Puérpera Frente à Pandemia de Covid-19, do Ministério da Saúde.
Veja como é o funcionamento das vacinas contra a Covid-19:
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