Covid-19: laboratório quer distribuir vacina da Oxford no Brasil em 2020

Expectativa é de que não seja necessário esperar o fim do prazo de um ano na fase 3 de testes para que população comece a ter acesso

Bruna Aidar
Compartilhar notícia

A Astrazeneca, empresa farmacêutica que trabalha com a Universidade de Oxford (Inglaterra) naquela que é considerada a mais promissora vacina contra a Covid-19, trabalha com a possibilidade de que ela esteja em produção no último trimestre deste ano. Segundo a diretora médica do laboratório, Maria Augusta Bernardini, eles esperam que o estudo apresente dados promissores o bastante para conseguir um registro em caráter de exceção até dezembro.

Bernardini participou, nesta segunda-feira (29/06) de uma transmissão ao vivo pelo YouTube com o diretor executivo de relações corporativas da Astrazeneca, Jorge Mazzei, e o embaixador britânico no Brasil, Vijay Rangarajan. Ela explicou que, embora a chamada fase três do estudo da vacina — que envolve testes em larga escala com voluntários –, demore um ano, a expectativa é de que não seja necessário esperar o fim do prazo para disponibilizá-la à população.

“Esperamos já ter resultados preliminares e, caso eles sejam positivos de forma significativa, vamos sim analisar, em conjunto com as entidades regulatórias mundiais, se podemos ter uma autorização de registro em caráter de exceção, condicionado, para que a gente possa disponibilizar à população mesmo antes da finalização completa dos estudos”, declarou.

A ideia, completou Mazzei, é trabalhar em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para antecipar questões técnicas para que o registro seja feito logo que possível. “Já estamos em conversa com a Anvisa para que tenhamos todas as informações para que a vacina possa ser aprovada e produzida. O objetivo é que a gente chegue em dezembro com essa vacina para a população”, pontuou.

De qualquer forma, ressaltou Bernadini, a previsão é “uma data preliminar”. “Nossos estudos de fase 3 têm como objetivo primário a proteção clínica, então depende do número de ocorrência de infecção por Covid no estudo e não só de uma conversão imunológica. Ou seja, esses resultados também podem variar de acordo com a evolução ou involução da pandemia.”

Acordo
O Brasil anunciou no último sábado (27/06) um acordo com a embaixada britânica e o laboratório AstraZeneca para a compra de lotes da vacina e a transferência de tecnologia de produção. A previsão é que o país compre dois lotes de 15 milhões de doses cada, em dezembro de 2020 e janeiro de 2021 e, na sequência, comece a fabricar mais 70 milhões de unidades do método de imunização sob a responsabilidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Além do acordo, o Brasil também está participando, com 2 mil voluntários, dos testes da ChAdOx1 nCoV-19.

Sair da versão mobile