Coronavírus pode não ter surgido na China, segundo Universidade de Oxford

Partículas do vírus encontradas em amostras de esgoto dos três países, em 2019, reforçam as suspeitas do professor Tom Jefferson

Bethânia Nunes
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Os primeiros casos de Covid-19 foram registrados na cidade de Wuhan, na China. No entanto, Tom Jefferson, professor sênior do Centro de Medicina Baseada em Evidências (CEBM) da Universidade de Oxford, acredita que o novo coronavírus pode estar inativo há anos, em diferentes partes do mundo, esperando por condições ambientais favoráveis para se propagar.

Na última quinta-feira (2/7), pesquisadores do Laboratório de Virologia Aplicada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Universidade de Burgos (Espanha), afirmaram ter encontrado partículas do patógeno em amostras do esgoto de Florianópolis, de novembro de 2019. As amostras fazem parte de outros estudos das instituições.

O vírus também foi encontrado em março de 2019 no esgoto da Espanha e em dezembro no da Itália. O professor de Oxford acredita que muitos vírus permanecem inativos em todo o mundo e surgem quando as condições são favoráveis a eles. Há evidências de que o vírus é transmitido através das fezes de pessoas infectadas. Agora, o doutor Jefferson quer descobrir novas rotas de transmissão do vírus, como o sistema de esgoto e banheiros compartilhados.

De acordo com ele, há uma alta concentração do vírus onde o esgoto tem temperatura de quatro graus, ideal para que ele seja estável e provavelmente ativado.

Essa é a mesma temperatura das fábricas de frigoríficos. “Esses grupos de frigoríficos e surtos isolados não se encaixam nas teorias (de transmissão pelas vias) respiratórias, se encaixam com pessoas que não lavaram as mãos adequadamente”, conclui, em entrevista ao jornal The Telegraph.

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