Coronavírus: alterações metabólicas explicam quadros mais graves

Pesquisadores da USP mostram que doenças crônicas provocam maior expressão de um gene que facilita a infecção das células pulmonares

Érica Montenegro
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Uma pesquisa feita na Universidade de São Paulo (USP) pode ajudar a entender por que o índice de mortalidade por Covid-19 é maior entre pessoas que sofrem com problemas crônicos de saúde, como hipertensão, diabetes ou doenças pulmonares.

De acordo com os pesquisadores, alterações no metabolismo causadas por essas enfermidades desencadeiam uma série de eventos bioquímicos que levam a um aumento na expressão do gene ACE-2, responsável por codificar uma proteína à qual o novo coronavírus se conecta para infectar as células pulmonares.

“Nossa hipótese é que o aumento na expressão de ACE-2 e de outros genes facilitadores da infecção – entre eles TMPRSS2 e FURIN – faz com que esses pacientes tenham uma quantidade maior de células afetadas pelo vírus Sars-CoV-2 e, consequentemente, um quadro mais severo da doença. Mas é algo que ainda precisa ser confirmado por estudos experimentais”, afirma Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF-USP) e coordenador da pesquisa.

Os achados do trabalho podem ajudar no desenvolvimento de remédios que tratem a Covid-19. No Brasil, de acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (31/03), 201 pessoas já morreram em decorrência da nova doença. Destas 84% tinham comorbidades associadas, sendo as mais comuns as doenças do coração e a diabetes. (Com informações da Agência Fapesp)

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