Cientistas da Rush University Medical Centre em Chicago, nos Estados Unidos, apontam que uma dieta rica em alimentos antioxidantes ajuda na prevenção do Alzheimer.
Segundo eles, os alimentos ricos em flavonoides – como a couve, o espinafre e as frutas vermelhas – reduz a perda cognitiva, diminuindo os riscos de demência.
A pesquisa foi publicada na terça-feira (22/11), na revista científica Neurology. De acordo com os pesquisadores, a investigação é importante para construir evidências sobre a importância dos hábitos alimentares para a redução do risco de doenças degenerativas como o Alzheimer.
Metodologia
Durante o trabalho, os cientistas acompanharam 961 idosos. Os voluntários foram recrutados em um projeto de saúde comunitária na cidade de Chicago e foram monitorados por 7 anos. Periodicamente, os participantes respondiam questionários sobre os hábitos alimentares, incluindo a frequência com a qual ingeriam cada tipo de alimento.
Os voluntários também foram submetidos a testes de memória e cognitivos, como lembrar de listas e colocar sequências de números em ordem. Por fim, foram divididos em cinco grupos, tendo como base a quantidade de flavonoides – um tipo de antioxidante presente em frutas vermelhas e vegetais como brócolis, por exemplo – que consumiam.
O grupo com maior média de consumo de flavonoides ingeria cerca de 15 mg diárias. Isso é o equivalente a uma xícara de folhas verde-escuras. A menor média de consumo foi de 5 mg.
Após as análises, os cientistas concluíram que os indivíduos com maior consumo de flavonoides reduziram em 32% a chance de perda cognitiva em comparação aos indivíduos com menor consumo dos antioxidantes.

Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomasPM Images/ Getty Images

Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images

Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoceWestend61/ Getty Images

Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do anourbazon/ Getty Images

Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doençaOsakaWayne Studios/ Getty Images

Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comunsKobus Louw/ Getty Images

Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doençaRossella De Berti/ Getty Images

O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vidaTowfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images
Outras descobertas
O estudo também revelou que pessoas com maior consumo de couve, feijões, chá, espinafre e brócolis tiveram ainda menos perda das funções cerebrais. Apesar disso, a ingestão de alimentos como tomate, maçã, vinho e laranja também apresentaram bons resultados nos testes.
“Coisas simples como comer mais frutas e vegetais e beber mais chá são uma medida fácil para que as pessoas tenham melhor saúde do cérebro. No fim das contas, nosso estudo sugere que nunca é muito cedo nem muito tarde para mudar de hábitos, especialmente na dieta”, disse Thomas Holland, autor principal do estudo, à divulgação na Neurology.
Os cientistas esperam que as conclusões contribuam para recomendações mais específicas acerca da prevenção do Alzheimer e que gerem alerta a pessoas com baixa ingestão de flavonoides.
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