Câncer de pênis: é raro, mas pode levar à amputação do membro

Higiene íntima é fundamental para prevenir este tipo de tumor. Incidência é maior em áreas onde o acesso à educação e saúde são precários

Paula Filizola
Compartilhar notícia

A declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre amputações penianas causadas pela falta de higiene íntima faz referência ao câncer de pênis, tumor que não é tão corriqueiro, mas cujo tratamento pode exigir a retirada do órgão masculino ou de parte dele.

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam que o câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem a população masculina e, em 2015, foram registradas 402 mortes causadas por ele.

Segundo o urologista Carlos Watanabe, da Aliança Instituto de Oncologia, em Brasília, a falta de higiene e o descuido em relação à própria saúde são os principais fatores que provocam o desenvolvimento do câncer de pênis. “Muitos homens têm vergonha de contar às suas parceiras quando estão com uma lesão peniana e há pacientes que têm vergonha até de ir ao médico”.

O especialista insiste que a prevenção é fundamental. “Recentemente, atendi um paciente que estava com uma lesão em crescimento há um ano. Após a biópsia ficou constatado o tumor, que poderia ter sido tratado ainda na fase inicial”, pondera. Watanabe explica que a higienização com água e sabão, bem como a limpeza de secreções que acumulam no local e o enxágue correto da cabeça do pênis, devem ser diários.

Casos de câncer de pênis são mais comuns em áreas em que o nível educacional e o acesso à educação e à saúde são precários. “O câncer de pênis é um tumor raro nos países desenvolvidos, representando cerca de 0,4% dos casos malignos do tumor em homens. Já em países em desenvolvimento, a incidência aumenta, podendo chegar a quase 20% do total de tumores genitais em homens”, esclarece Watanabe.

Sair da versão mobile