Após viralizar na internet, Regina Rouca sentiu orgulho da voz
A dona de casa ficou conhecida por sua personalidade autêntica e voz grave, mas nem sempre isso foi motivo de risada
atualizado
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Em um domingo que parecia ser só mais um do mês de abril, Regina Helena Souza, 73 anos, passou de uma simples dona de casa do Méier (RJ) para uma das vozes mais conhecidas da internet na atualidade.
Acostumado a fazer pegadinhas com a mãe, o ator Raffael Souza ofereceu R$ 50 — que na verdade não era dele, mas sim do irmão — caso a dona de casa acertasse qual era a cor do “S da Perdigão”. Como se já soubesse que alguma pérola sairia dali, ele resolveu filmar a reação dela, que respondeu de um jeito que a mesma classifica como “desbocada ao extremo”.
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Regina revela que não esperava que o vídeo repercutisse. “Pode postar essa porra, não vai dar em nada mesmo”, disse para o filho ao ser questionada se a pegadinha poderia ser publicada nas redes sociais.
Mas, ao contrário do que imaginava, a reação de Regina Rouca viralizou. Pela autenticidade, por sua idade ou pela voz grave, a dona de casa, que divide seu tempo entre as tarefas domésticas, viagens para a praia em Jaconé (RJ) e algumas partidas de paciência, acabou virando meme e ficou famosa. “As pessoas começaram a ir no meu TikTok e Instagram perguntar por ela. Muita gente começou a me seguir por causa dela”, lembra Raffael.
Depois de perceber o sucesso do vídeo, os dois decidiram não parar por ali. Foi aí que surgiu a ideia de criar o perfil para a dona de casa. Por lá, Regina Rouca começou a compartilhar frases e pensamentos, todos os dias, como: “Alô, Nasa, prepara o foguete que essa semana eu vou lançar muita gente pra puta que pariu. Se liga, hein!”.
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Raffael, além do filho que parece se divertir enchendo o saco da mãe, é o fiel escudeiro de Regina. “Eu não sou muito ligada nisso [em internet]. Eu que respondo tudo, mas sempre com a ajuda dele”, comenta a dona de casa, que já ultrapassou os 60 mil seguidores no Instagram.
O filho ainda é responsável por livrar a mãe dos haters, e de comentários sobre Regina que, como um que há alguns anos silenciou uma voz que sempre foi grave e marcante.
“Evitava falar, fiquei com trauma”
Entre 1979 e 1985, Regina foi morar em Taguatinga (DF), acompanhando o marido, na época servidor público, e seus filhos. E foi na região administrativa, em um ônibus circular indo para uma reunião no colégio onde o filho mais velho estudava, que a dona de casa viveu um episódio que marcou sua vida, de forma negativa.
Acompanhada de uma vizinha, Regina foi a primeira a passar na roleta do ônibus e avisou que iria pegar um lugar para as duas. O cobrador, ao ouvir sua voz, se virou para a mulher que a acompanhava e perguntou, em tom de deboche: “É ele ou é ela?”
Regina, que não parece ser do tipo que leva desaforo para casa, não deixou barato. “Eu voltei lá na roleta e falei assim: ‘É ela, mãe de dois filhos, e muito bem casada'”, respondeu, dando uma bolsada no rosto com homem em seguida.
Em entrevista ao Metrópoles, ela disse que fez uma promessa após o episódio: evitar falar em público, na rua. Em meados de 1985, quando a família retornou para o Rio, e Regina passou a ter menos vergonha da voz, ela evitava falar, e até mesmo sair na rua. Mas depois do vídeo do “S da Perdigão”, marca que segundo Regina não lhe enviou nem mesmo uma peça de salaminho depois da “publicidade gratuita”, um grito preso há décadas finalmente saiu.
Além de fazer pessoas rirem com a língua afiada e uma personalidade autêntica, a dona de casa encontrou no meme que viralizou a aceitação da própria voz. “Hoje, amo a minha voz. E até canto! Eu nunca cantei, e ainda agora eu estava cantando ali na cozinha, antes de vir te dar a entrevista”, revela Regina.
