Quem passa pela Avenida Elmo Serejo próximo ao Parque Ecológico Saburo Onoyama, em Taguatinga, já deve estar acostumado com a enorme carcaça de um Boeing 767-200 em frente à antiga casa de shows Via Stadium. A intenção dos empresários que compraram a aeronave e a levaram para o local em 2014 era transformar o espaço em um restaurante especializado em frutos do mar. A novidade tinha até data para começar a operar: março de 2016. Entretanto, dificuldades financeiras atrasaram os planos. Mas agora, os donos da fuselagem esperam fazer o negócio decolar até o início do próximo ano.
Ao voltarem ao Brasil, Souza e Lopes convidaram outro sócio, e o trio comprou o Boeing 767-200, que fazia parte da massa falida da também extinta Transbrasil. A aeronave foi leiloada como parte do Programa Espaço Livre, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O modelo estava abandonado no aeroporto de Brasília e foi vendido com outras duas unidades similares. Uma delas foi arrematada por R$ 140 mil, outra por R$ 138 mil e a terceira por R$ 95 mil. Os sócios não revelam qual dos três valores foi o desembolsado por eles.
Espera
Quando algumas partes da aeronave foram desmontadas para o transporte do aeroporto a Taguatinga, em abril de 2014, o avião foi levado ao terreno de mais de 3 mil metros às margens da Avenida Elmo Serejo. O plano era inaugurar o restaurante até o início de 2015, mas as reformas acabaram exigindo mais tempo e dinheiro do que o esperado.
Acabamos gastando muito mais do que o planejado. E, com a crise, veio a dificuldade financeira para terminarmos as obras. Mas agora acreditamos que até o fim do ano conseguiremos inaugurar o empreendimento
João Batista de Souza, empresário
Segundo Souza, o terreno que abriga o avião passou por adequações, assim como o interior da aeronave, faltando apenas detalhes — como a pintura externa da fuselagem — para finalizar o serviço. “Queremos colocar grama na área, o que precisa ser feito no período de chuva. Por dentro, boa parte já está quase pronta.” Uma das etapas finais antes será recuperar a área externa do avião, que hoje encontra-se pichada e desgastada pela ação do tempo (veja fotos abaixo).
Quando estiver em operação, o restaurante vai comportar 98 pessoas sentadas dentro do avião. Mas os empresários querem disponibilizar mesas também do lado de fora.
1/5Curiosidade
Enquanto o “restaurante-aéreo” não é inaugurado, o veículo desperta a curiosidade de quem passa pelo local. “Muitas pessoas querem conhecer o lugar. Até o administrador ligou esses dias pedindo que inaugurássemos logo o restaurante para trazer mais visitantes à cidade”, disse o empresário João Batista de Souza.
Segundo a Administração Regional de Taguatinga, a carcaça do avião está colocada em uma área particular e, por isso, não é necessário qualquer tipo de autorização quanto à permanência do objeto no local. Mas, para o empreendimento comercial funcionar, será necessária uma licença.
“Caso o proprietário tenha interesse em montar algum tipo de empresa ou comércio no local, é necessário apresentar um projeto à administração, que fará a análise da proposta. Se for aprovada, é preciso se adaptar às exigências para o tipo de negócio que for explorado”, informou a administração regional, que diz ainda não ter recebido o projeto finalizado.