O que faz o banco dos BRICS, agora presidido por Dilma Rousseff

Banco de fomento foi criado para financiar projetos nos países membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), os BRICS

Bianca Alvarenga
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A ex-presidente Dilma Rousseff foi eleita, na última sexta-feira (24/3), para presidir o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido popularmente como Banco dos BRICS. O Brasil tem mandato frente à instituição até 2025.

Criado em 2014, durante o mandato de Dilma na Presidência da República, o Banco dos BRICS é uma instituição financeira de fomento a projetos em seus países-membros. O nome do banco faz referência ao bloco batizado de BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O termo, cunhado ainda na primeira metade dos anos 2000, para além das iniciais dos países, fazia alusão à palavra “brick” (tijolo, em inglês), em razão do potencial desse grupo de países de sustentar o crescimento mundial, embora o grupo não representasse um bloco político ou econômico.

O Banco dos BRICS foi estruturado com US$ 100 bilhões (cerca de R$ 530 bilhões, na cotação atual). Cada país-membro contribuiu com uma fração igual de US$ 20 bilhões. A sede da instituição fica em Xangai, para onde uma comitiva brasileira viajou neste final de semana. O presidente Lula teve a ida ao país adiada para amanhã (25/3), em razão de uma pneumonia.

De 2016, quando o banco de fomento começou a efetivamente funcionar, até 2022, cerca de 7o projetos foram financiados com recursos do NBD, dos quais pouco mais de uma dúzia deles no Brasil. Entre as obras custeadas com recursos da instituição estão projetos de usinas de energia renovável, em parceria com o BNDES, e investimentos na malha viária da cidade de Curitiba, em parceria com a prefeitura da cidade.

Além do custeio da obra, é parte do objetivo do Banco dos BRICS que os países-membro forneçam insumos, tecnologia e mão de obra para os projetos financiados no âmbito da instituição.

Mandato de Dilma

No mandato de Dilma, o foco principal do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) será fomentar projetos de energia renovável e transição energética. A ex-presidente substituiu o também brasileiro Marcos Troyjo, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ex-secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais no Ministério da Fazenda de Paulo Guedes, Troyjo estava no posto desde 2020.

Ela assume o comando com salário superior a R$ 290 mil. A expectativa é que a posse de Dilma seja na próxima quarta-feira (29/3).

A petista se reuniu virtualmente, nos últimos dias, com ministros das Finanças dos países do Brics – entre eles, o também petista ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Os ministros compõem o Conselho de Governadores do NDB, maior instância decisória do banco, e são responsáveis por decidir a liderança da instituição.

Na presidência do NDB, Dilma irá chefiar a equipe operacional, conduzindo os negócios do banco.

 

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