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Economia global pode mergulhar em “década perdida”, diz Banco Mundial

De acordo com a organização, a capacidade do mundo de crescer sem provocar inflação entre 2022 e 2030 deve ser a menor em três décadas

atualizado

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1 de 1 Imagem da faixada do Banco Mundial, localizado em Washington, nos Estados Unidos - Metrópoles - Foto: Divulgação

Um relatório divulgado pelo Banco Mundial nesta segunda-feira (27/3) mostra que o “limite de velocidade” de crescimento global deve cair para o nível mais baixo em três décadas. Esse “limite” equivale à taxa máxima de avanço de longo prazo da economia, sem que esse aumento resulte em inflação. Entre 2022 e 2030, o indicador deve ficar em 2,2%, o equivalente a um terço da média da alta registrada na primeira década deste século.

Para as economias em desenvolvimento, indica o Banco Mundial, a queda será acentuada. A taxa passou de 6% ao ano, entre 2000 e 2010, para 4% ao ano, nesta década. Esses declínios, adverte o relatório, serão “muito mais acentuados caso ocorra uma crise financeira global ou uma recessão”.

De acordo com a análise, quase todas as forças econômicas que impulsionaram o progresso e a prosperidade nas últimas três décadas estão ” desaparecendo”. “Uma década perdida pode estar se formando na economia global”, disse, em nota, Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial.

Ele observou, porém, que tal tendência pode ser revertida. “O declínio contínuo no crescimento potencial tem sérias implicações para a capacidade do mundo de enfrentar a crescente variedade de desafios exclusivos de nossos tempos, como a pobreza persistente, as rendas divergentes e as mudanças climáticas”, afirmou. “Mas o limite de velocidade da economia global pode ser elevado por meio de políticas que incentivem o trabalho, aumentem a produtividade e acelerem o investimento.”

O relatório apresenta um extenso menu de opções de políticas públicas, a partir de um banco de dados com informações de 173 economias, de 1981 a 2021. Entre elas, constam medidas como “alinhar as estruturas monetária, fiscal e financeira”. O documento também é o primeiro a avaliar como uma série de perturbações econômicas, como recessões e crises bancárias sistêmicas, reduzem o potencial de crescimento de médio prazo.

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