Secretário-geral da ONU pede na Ucrânia que acordo de cereais prossiga

Em sua terceira visita à Ucrânia, António Guterres defendeu a manutenção do acordo de exportação de cereais via Mar Negro em meio à guerra

Deborah Hana Cardoso
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Em uma vista à Ucrânia nesta quarta-feira (8/3), o secretário-geral de Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou para a importância da manutenção do acordo comercial de exportação de cereais e fertilizantes agrícolas via Mar Negro em meio à guerra entre Ucrânia e Rússia. 

“De fato, o Índice de Preços de Alimentos da Organização para Agricultura e Alimentação [FAO, na sigla em inglês] caiu quase 20% no último ano. As exportações de alimentos e fertilizantes ucranianos, assim como os russos, são essenciais para a segurança alimentar global e para os preços dos alimentos”, escreveu Guterres em uma carta aberta ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. 

Em menos de um ano, Guterres faz sua terceira visita a Kiev, capital da Ucrânia. O objetivo desse esforço é pressionar o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, a manter o acordo comercial para garantir segurança alimentar global e segurar os preços.

Por isso, Guterres quer que Kiev seja parte da solução para a manutenção da exportação de fertilizantes agrícolas. No caso, o secretário-geral destacou a importância da continuidade do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro enquanto a guerra continua.

Há um acordo de 120 dias, que foi mediado pela ONU e pela Turquia em julho de 2022 e foi prorrogado em novembro. O acordo deve ser renovado em 18 de março, se nenhuma das partes se opuser.

Pelo fim da guerra 

Guterres também escreveu que a ONU continuará a buscar a paz para o conflito entre Rússia e Ucrânia. “Posso garantir que continuaremos a buscar soluções e uma paz justa para o povo da Ucrânia e do mundo”, escreveu.

Além da busca pela segurança alimentar, o secretária-geral também demonstrou à Kiev que a ONU está ao lado dos ucranianos da guerra que se estende por mais de uma ano. “A posição das Nações Unidas, que sempre expressei, é cristalina: a invasão da Ucrânia pela Rússia é uma violação da Carta da ONU e do direito internacional”, afirmou.

Ele ressaltou que a organização continua trabalhando para mitigar os impactos do conflito e que a ajuda humanitária se faz “desesperadamente necessária a milhões” de ucranianos.

“Até que essa paz justa seja assegurada, continuamos trabalhando arduamente para mitigar os impactos do conflito que tem causado enorme sofrimento ao povo ucraniano, com profundas implicações globais. As Nações Unidas permaneceram no terreno, entregando ajuda humanitária desesperadamente necessária a milhões aqui na Ucrânia”, reiterou.

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