A manhã deste domingo (17/4) começou com mais ataques russos contra a área de Kiev, capital da Ucrânia. Mísseis atingiram uma fábrica de munições na região de Brovary, a cerca de 25 quilômetros de Kiev.
O prefeito da cidade, Igor Sapozhko, disse que a fábrica foi atingida por mísseis de longo alcance durante a madrugada. O gestor não informou se há vítimas ou feridos.
No sábado, explosões atingiram as cidades de Kiev e Lviv. Os ataques russos ocorrem após importante navio das tropas lideradas por Vladmir Putin ter afundado no mar negro.
Segundo agências internacionais de notícias, a Rússia diz ter atingido, no sábado, uma fábrica que conserta tanques no distrito de Darnytskyi, sudeste de Kiev. De acordo com o prefeito da cidade, equipes de resgate e médicos foram até o local após o ataque.
Em Lviv, cidade que faz fronteira com a Polônia, houve ataque de mísseis russos — quatro deles foram abatidos pelas forças de defesa aérea da Ucrânia, segundo autoridades de segurança do país. O governo russo também diz ter atacado uma fábrica de reparos de veículos militares em Mykolaiv.
Tensão
A tensão no Leste Europeu voltou a subir após novos ataques ucranianos contra o território russo. Na sexta-feira (15/4), o país liderado por Vladimir Putin, que havia prometido trégua a Kiev, sinalizou que voltaria a bombardear a capital.
Mais de 20 edifícios e uma escola foram alvos de mísseis ucranianos. A região atacada fica em Belgorod, no sudeste da Rússia, próximo à fronteira entre os dois países.
A Ucrânia admitiu que espera represálias. O presidente Volodymyr Zelensky alertou até mesmo para a possibilidade de Putin usar armas nucleares. “Não só eu, acho que todo o mundo, todos os países têm que se preocupar”, frisou.
A escalada da violência também é influenciada pelo naufrágio do navio militar Moskva, maior embarcação de guerra russa no mar morto. A Ucrânia reivindicou o ataque.

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerraAnastasia Vlasova/Getty Images

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito Agustavop/ Getty Images

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse localPawel.gaul/ Getty Images

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 kmGetty Images

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideiaAndre Borges/Esp. Metrópoles

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do paísPoca/Getty Images

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiroKutay Tanir/Getty Images

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta OTAN/Divulgação

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por territórioAFP

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu territórioElena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do EstadoWill & Deni McIntyre/ Getty Images

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários delesVostok/ Getty Images

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo Vinícius Schmidt/Metrópoles