metropoles.com

Vice fala coisas que o presidente não quer falar, diz Mourão

Nos EUA, a agenda do vice-presidente incluiu pensadores de outros espectros políticos que não apenas a direita conservadora

atualizado

Compartilhar notícia

Divulgação/Vice-presidência da república
08/04/2019 Viagem Oficial do Vice-Presidente da Repúblia a Wash
1 de 1 08/04/2019 Viagem Oficial do Vice-Presidente da Repúblia a Wash - Foto: Divulgação/Vice-presidência da república

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (9/4), que cabe a ele falar “coisas que o presidente não quer falar” e atacar primeiro, quando é preciso atacar. O papel de vice foi abordado por Mourão em evento em Washington, organizado pelo Brazil Institute, do think tank (laboratório de ideias) Wilson Center.

“Não é fácil ser vice-presidente, você é o segundo no comando. Você pode olhar para mim, você foi um general por 12 anos e comandava todo mundo. Bom, agora eu não comando”, disse Mourão, que tem sido criticado com frequência por ala do governo por ter uma agenda independente e por vezes de contraponto à do presidente, Jair Bolsonaro (PSL).

Nesta terça, contudo, o vice-presidente sugeriu que é sua função assumir esse papel. “A primeira coisa é essa, você tem que ter disciplina intelectual para entender as necessidades do presidente. Eu olho para mim mesmo como uma figura complementar ao presidente. Coisas que ele não quer falar, me diga, ok, eu vou lá e falo. Às vezes eu digo para a imprensa que eu me sinto como o escudo e espada do presidente. Eu posso defender quando ele precisa ser defendido e posso atacar antes que ele precise”, afirmou o vice-presidente.

Mourão foi apresentado por Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, como uma “voz moderada” em Brasília. Em Washington, a agenda do vice-presidente incluiu pensadores de outros espectros políticos que não apenas a direita conservadora norte-americana – foco que Bolsonaro deu a encontros feitos na capital americana, em março.

Coube a Mourão, por exemplo, se reunir com imigrantes brasileiros em Boston depois de Bolsonaro ter precisado pedir desculpas por dizer, em entrevista a uma emissora de televisão americana, que a maioria dos imigrantes tem “más intenções”.

Constituição é vaga
O vice-presidente também teve encontros com personalidades que por vezes são críticas a Bolsonaro, como Mangabeira Unger, o ex-ministro e ex-guru do presidenciável Ciro Gomes (PDT). “Me vejo como uma forma de levar nosso jeito de pensar para diferentes pessoas da nossa sociedade. Falamos com investidores, sindicatos, líderes locais e assim convencemos todo mundo em ter confiança na gente e acreditar no que queremos fazer para o Brasil”, afirmou Mourão.

Segundo ele, a Constituição brasileira é “muito vaga” sobre as funções do vice-presidente. “Só diz que o vice existe para substituir o presidente e para receber missões especiais. Sempre que o presidente quiser me dar missões especiais, eu estarei pronto”, afirmou.

A presença no Brazil Institute foi o último evento público de Mourão em Washington. Na capital dos Estados Unidos, ele se reuniu com o vice-presidente americano, Mike Pence (foto em destaque), com senadores americanos, e personalidades como ex-embaixadores dos Estados Unidos no Brasil, além de ter comparecido a rodas de conversa privadas com empresários.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?