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Polícia prende suspeito de envolvimento com pacotes explosivos nos EUA

Já foram interceptadas 12 correspondências, a maioria para endereços em Nova York, que possivelmente tenham sido enviadas da Flórida

atualizado

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Divulgação / FBI
Pacote-bomba
1 de 1 Pacote-bomba - Foto: Divulgação / FBI

Autoridades federais dos Estados Unidos prenderam nesta sexta-feira (26/10) um homem supostamente envolvido com a série de pacotes explosivos enviados para políticos, personalidades e ex-funcionários do governo, informou o Departamento de Justiça americano.

Momentos antes da confirmação oficial, a emissora CNN informou que um homem, que teria sido localizado no sul da Flórida – região de onde teriam sido enviadas as cartas-bomba e na qual a polícia concentra a investigação -, estava sob custódia das autoridades. Um fonte da área de segurança do governo americano informou que o suspeito – cuja identidade não foi revelada – foi detido na região de Miami.

Mais dois dispositivos explosivos escondidos em pacotes enviados pelos correios foram encontrados nesta sexta-feira. Até agora, as autoridades já interceptaram 12 pacotes suspeitos. Os destinatários das correspondências localizadas nesta sexta seriam o senador democrata por New Jersey, Cory Booker, e o ex-diretor de inteligência nacional James Clapper, em carta endereçada à redação da CNN em Nova York.

O pacote enviado para a CNN foi localizado na manhã desta sexta-feira em uma unidade do Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) na região de Midtown, em Manhattan. Já a correspondência para o senador Booker foi interceptada ainda na Flórida.

A descoberta dos pacotes suspeitos ocorreu em meio à investigação de uma série de bombas enviadas para críticos do presidente Donald Trump. Autoridades federais americanas voltaram suas atenções nesta quinta-feira (25/10) para o sul do Estado da Flórida, de onde acreditam que elas possam ter sido enviadas.

Flórida
O estado chamou a atenção dos investigadores agora porque uma análise das informações coletadas pelo Serviço Postal dos EUA indica que a maioria dos pacotes foi postada na Flórida, afirmou uma fonte da investigação ao jornal. A investigação está fazendo uma busca nas imagens das câmeras de segurança do Serviço Postal, que ficam registradas.

A polícia americana também investiga dois pacotes suspeitos encontrados nesta quinta-feira (25/10). O primeiro foi localizado no bairro de Tribeca, no centro de Manhattan, em Nova York, onde funciona um restaurante e uma companhia de produção de cinema e televisão, ambos de propriedade do ator De Niro, um forte crítico do presidente Donald Trump. O segundo foi encontrado em um posto dos correios no Estado de Delaware e estava endereçado a Biden.

Um esquadrão antibombas foi enviado à região em Nova York. Um policial disse que o envelope e as etiquetas impressas na embalagem são similares às dos pacotes enviados a membros do Partido Democrata, como o ex-presidente Barack Obama e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, alvos usuais das críticas do mandatário republicano. Além disso, investigadores disseram que o raio x mostrou que a embalagem contém um dispositivo semelhante a uma bomba caseira. “Parece ser do mesmo tipo”, afirmou o agente.

A equipe de segurança da companhia de De Niro, a TriBeCa Productions, encontrou o pacote por volta das 5h (6h em Brasília) e acionaram a polícia de Nova York. O artefato foi removido do local 1h30 depois e levado ao departamento policial de Rodman, no Bronx.

As autoridades americanas alertaram que era possível que outros pacotes ainda não tivessem chegado aos destinatários e seria preciso que as pessoas se mantivessem vigilantes nos próximos dias.

Na quarta-feira (24) Trump criticou o envio dos artefatos e disse que “temos de nos unir”. À noite, no entanto, ele culpou os democratas e a mídia pelos pacotes-bomba e, nesta quinta, voltou a acusar a imprensa de ser responsável pela “raiva” da sociedade. “Muita da raiva que vemos hoje em nossa sociedade é causada pelo relato intencionalmente falso e impreciso da mídia tradicional, ao qual me refiro como fake news”, escreveu ele em sua conta no Twitter.

Um dos envelopes foi entregue na véspera na sede da CNN, no Time Warner Center, endereçado ao ex-diretor da CIA John Brennan, que trabalha na NBC. Nesta quinta, Brennan respondeu aos tuítes de Trump e pediu a ele que pare de culpar os outros pela raiva da sociedade. “Se olhe no espelho. Sua retórica inflamatória, insultos, mentiras e encorajamento da violência física é vergonhosa”, disse. “Tente agir como um presidente.”

Os pacotes para Hillary e Obama foram interceptados pelo Serviço Secreto americano. O primeiro envelope suspeito foi encontrado na segunda-feira (22) na caixa de correio da residência do bilionário George Soros.

Todos os envelopes foram encaminhados para análise no laboratório do FBI, em Virgínia. Ainda não foram divulgadas informações sobre a periculosidade deles ou algo sobre suspeitos. Uma fonte disse que os artefatos foram feitos com um pedaço de cano e contavam com cacos de vidro e uma bateria.

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